sábado, 24 de julho de 2010

O lado ruim das coisas

Seria mais ou menos como se eu pedisse pra você sempre enxergar o lado bom. Não das coisas, mas das pessoas; dos animais; do tempo.
Eu colocaria uma manta no seu corpo, e este, quente, começaria a suar. A água iria deixar a manta escura, e assim você conseguiria dormir. Porque você só dorme no escuro. E está claro fora da manta. Só que logo depois você acorda, pois está calor. E aí você decide: "vou fazer um café, de repente", ou seja, não dormir.

Quase isso.

Eu não vou pedir para ninguém ver o lado bom das coisas. Eu, na verdade, quero insistir para que você veja o lado ruim de tudo. Quero ser seu diabinho.

Você acorda às 7. Você está com sono, pois dormiu às 4. Que merda. Mas você tem que levantar e ir pra aula, ou trabalhar. Chega a hora do almoço e você vai comer na rua. A comida da rua é uma merda - isso é um ponto que eu insisto: comer na rua é uma merda. Mas não dá pra voltar pra casa, então você come na rua. Depois de comer você quer dormir, mas, a não ser que você seja um mendigo, você não pode dormir, porque você está na rua. Na rua. Então você volta pro trabalho e atura um babaca que sabe três vezes menos do que você. Que se acha alguma coisa, mas os olhos daquele idiota mostram que ele é um ser reles, que puxa o saco de um e arranca o de outros. Como ele tenta arrancar o seu. Você pode deixar ou não. Vamos supor que você seja otário - ou fraco - e deixe. Ok. Agora você está puto, estressado e na rua. E ainda são 17:30. Você sai do trabalho às 19:00 e se fode. O trânsito está um cocô. Você se fode mais ainda porque volta a pé no ônibus. Chega em casa às 20:15, morto, fedendo, faminto. Você toma banho, vê alguma coisa na internet, come e deita um pouco, de repente pra ler um livro. FUDEU! Ainda são 22:oo de sexta-feira e ninguém quer fazer nada. Ou quer fazer uma coisa muito agitada estilo "ainda estou no meu terceiro ano de colégio". E você se fode novamente. Reparou quantas vezes você se fode em apenas um dia? Essa é a "idéia". Ou, pelo menos, o ideal neste caso. Porque a ordem é VER O LADO RUIM DAS COISAS. Continuando com essa ordem, você decide abrir o msn. Só gente chata, nada legal, seu sapato acaba de ser jogado pela sua mãe em seu quarto, pois sapato não pode ficar na sala. E então você olha no relógio. São 23:00. Ocorre-te que ela esteja em casa. Você liga, e ela não atende (como sempre). Você decide ir dormir, foda-se, mas pouco tempo depois ela liga. "Vem aqui pra casa"; ou então "quero te ver, vamos tomar uma cerveja?" Você pensa e responde "só se for agora". Pronto. Se fudeu o dia todo, mas tá lá uma coisa que nem o ato de VER O LADO RUIM DAS COISAS te tira. O gostar de alguém.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Internet

Essa vai pra quem tem twitter.

Quando surgiu, dividiu opiniões. Uns apoiavam, outros achavam inútil. Se você acha inútil, o (a) inútil é você. Não entre por este mérito infantil, por favor. Mas, pensando bem, talvez quem ache o twitter inútil tenha razão. Apenas houve uma falha de comunicação, pois é twitter é lugar de inútil. Aí, sim. Concordamos em número, gênero e grau. Se eu sou um cara inútil, vou twittar o dia inteiro. Óbvio. Pois quero que você também seja inútil, assim como eu. E ser inútil não é ruim. Não do meu ponto de vista. Agora, o inútil empresarial é mais cruel.

Inú-tel! Nós somos Inú-tel!
Inú-tel! Nós somos Inú-tel!

Mas o twitter também cria mostrinhos. O exemplo mais forte do momento: Felipe Neto. Acho legal o canal dele no youtube, o "Não Faz Sentido". O cara é divertido, tem um bom texto, tem idéias - o que, hoje em dia, é escasso. Mas isso tudo não encobre o fato de que Felipe Neto é um pouco hipócrita. Seu programa sobre Trolls (Trolls são aquelas pessoas que só falam mal dos outros na internet, mas não mostram a cara), por exemplo, é totalmente desnecessário - e, sim, um pouco hipócrita. Ele, de certa forma, é um Troll. Só que um Troll que mostra a cara. Grande coisa, eu também faço isso. Na descrição do meu blog está a minha foto, o meu e-mail, o meu facebook. Todos sabem quem sou eu, Rodrigo Viegas. Felipe Neto fez um programa falando mal de Justin Bieber. Discordei. Ri um pouco, mas achei forçado. O cara não gosta de Justin Bieber, tá legal, o moleque tem um estilinho meio escroto à primeira vista. Mas não se pode negar o talento do rapaz. Não se pode negar que grandes gênios da música também começaram como bibelôs de meninas de 13 anos retardadas mentais - porque TODAS as meninas e TODOS os meninos de 13 anos são retardados mentais. Rappers renomados como Usher e Ludacris acreditam e apostam no moleque. É todo mundo idiota, por conseguinte? Claro que não. No vídeo sobre Justin, Felipe Neto dá uma de Troll. Aí a coisa começa a me irritar e eu começo a implicar com uma criatura dessas.

Outro ponto são os blogs. Hoje em dia, se você não tem blog de humor, você tá perdendo seu tempo. Vai se fuder. E os "humoristas" dos blogs são aqueles engraçadinhos do twitter. Dá um tempo, Antônio Tabet (kibeloco). Dá um tempo, Rodrigo Fernandes (jacaré banguela). Vocês são comediantes mesmo? Então façam um texto e subam no palco. Encarem o público. Encarem a luz, encarem os bêbados de um bar, encarem as dificuldades que um comediante stand up - que os engraçadinhos do Antônio Tabet e do Felipe Neto tanto criticam - passam. Não é corporativismo, longe disso. Eu tenho texto de stand up, algumas apresentações no currículo, mas não posso me declarar um comediante stand up. Sou ator; comediante, não. Mas pelo menos sei que é duro ser um.

É isso aí. Agora vou tomar cuidado para que o mundo não seja dominado pelas sub-celebridades e pelos "humoristas" do momento. Os blogueiros que citei acima são engraçados. Mas poderiam ser menos babacas, menos globais, menos empresariais.