sexta-feira, 28 de maio de 2010

Less Than Zero - Downey Jr,



Less Than Zero. Abaixo de zero, ou seja, nada. Se era pouco, agora é nada. Pouco era ruim, mas nada é pior. Talvez caiba uma improvisação de Julian livre das drogas. De Julian sem dar problemas. De Downey Jr. jamais ter usado drogas. De o companheiro X ter uma bela namorada, Y. Só que X tem cara de mongol. A amiga insuportável de a Y, que se acha mais bonita que Y, diz invejosamente que o namorado dela tem cara de mongol. Ela diz "Pára, amiga. Não fala assim dele, vai... Ele é fofo". Só que Y sabe que ele tem cara de mongol. Antes de dormir, ela chega à conclusão óbvia: quando ela admitir para si mesma que X tem cara de mongol, é porque o namoro está ruindo. Voltando a Julian, o rapaz já não dorme. Prostitui-se por pó. Vira uma bicha. Faggot. E agora ele não pode voltar. Seus amigos acham que ele pode, mas se ele voltasse o filme tomaria um rumo detestável, deplorável, auto-destrutivo. Ainda que eu tenha certeza que a única coisa realmente boa do filme é a atuação impecável de Downey Jr., eu não suportaria a idéia de ter perdido quase duas horas vendo o filme se ele se salvasse. Ele se deformou. E não teve nenhuma espécie de auto-intervenção. Era balela, lenga lega, estória para boi dormir. Ele não queria o pai de volta. O pai poderia morrer, como a mãe. Tanto faz. Ou não.
Pensemos numa possível deformação de Julian. Ele é um rapaz que vai pra faculdade. Futuro promissor. Julian se forma, arruma um ótimo emprego. Aos 40 anos, já com 15 anos de empresa, decide se matar. Não se mata. Mas queria ter se matado. Faz algo melhor. Daí há duas possibilidades:
1- Julian torna-se um viciado aos 40 anos mesmo e se deteriora por completo em apenas 2 anos.
2- Julian constrói uma máquina do tempo, volta no tempo, torna-se um viciado. Mas antes mata seu pai, seus dois amigos, Clay e Blair, seus professores da faculdade e seus chefes na empresa. Detalhe: Julian volta no tempo com seu corpo de 40 anos.

Vejam o filme Less Than Zero. Quaisquer falhas na direção, roteiro, som e edição são mera coincidência. Foco em Downey Jr. Próximo Passo: Chaplin.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Isso, aquilo...

Eu poderia postar uns 40 textos para tentar explicar o que senti por ela. Eu escreveria, escreveria, enrolaria, mas jamais - digo jamais muito consciente - conseguiria expressar com palavras isso.
Isso? O que seria isso? Também não sei. Já me falaram que foi amor, paixão, bobeira, mas nunca traduziram perfeitamente o que senti por ela. Senti, apenas, não. Respirei, pensei, chorei, me perguntei o porquê disso estar acontecendo comigo. Os motivos nunca ficaram explícitos, mas houve uma hora que eu simplesmente parei de me perguntar. Chega de perguntas e respostas, melhor será assim. Ficar perguntando e respondendo, para mim, não era vivê-la.
Eu nunca me desiludi. Nunca tentei, nunca consegui ela. Nunca pensei numa coisa maior do que isso. Minhas vontades ficavam atadas, minha moral abalada, minha auto-estima baixa, infinitamente contrária à minha inspiração, que não tinha limites. Falar de amor comigo era falar de sacanagem. Alguém falava de amor e eu simplesmente não conseguia acompanhar. Eu já tinha amado, mas o que eu senti não era amor. Não mesmo. Era maior, muito maior. Era puro, sincero, nobre, honesto, sem cobrança, sem expectativa a curto prazo. Quem ama tem expectativa a curto prazo. Eu não tinha. Eu sentia isso como uma criança de cinco anos ama. Sem maldade, sem sacanagem.
Todos os benditos dias daquele ano eu a via, no esplendor da minha não expectativa. Da minha vontade de vê-la, só pra começar o dia. Se eu não a via o meu dia começava mal. Eu sabia: meu dia começou mal do cú, e a tendência era que ele acabasse ainda pior do cú. Muitas desculpas foram usadas só para vê-la. Tenho uma lista do tamanho de um mar de desculpas que usei para vê-la, fazê-la rir, fazê-la olhar pra mim, pois eu a forçava olhar para mim todos os dias. E ela gostava. Nem 000,1% do que eu gostava, mas gostava. E ninguém pode dizer o contrário. Se diz é porque quer me sacanear.
Um beijo recusado numa noite atípica. Foi o que eu pude fazer para me manter moral, para me manter homem. E, como eu já disse aqui, eu sou moral. Eu tenho essa porra dessa moral até o cu da alma. E quem pensa diferente, na verdade, não pensa. Fala que pensa. E momentos como os que aconteceram nessa noite atípica, por exemplo, comprovam que eu sou mais. Não mais que ela, pois eu nunca cobrei nada em cima disso.
Eu não a tenho, nunca a tive e jamais a terei. E ligo pra isso? Nunca liguei. E isso é até um sintoma de que os meus dias tendem a ficar mal do cú desde o princípio do próprio, pois eu não a vejo todos os dias, às 7 da manhã. É a vida.