quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Perry x Gaga

Se tem alguma coisa que me irrita mais do que ver o Fluminense bem é uma guerra imbecil. E na maioria dessas guerras, o responsável é imprensa - ou, como eles amam dizer, a opinião pública.
Recentemente surgiram duas estrelas pop. A estrondosa Lady Gaga e a musa Katy Perry. Honestamente, não há guerra. Cada uma no seu quadrado. Mas a questão - qual das duas é melhor - está presente, e como sou fã das duas, me sinto obrigado a analisar. Não quem é melhor, mas a questão em si.

Pra começar, há uma diferença que marca as duas: a espontaneidade - ou a falta dela.

Gaga tem um discurso de comprometimento constante com a arte que ela impõe - ou pensa impor. A moda e a música têm a mesma importância no trabalho de Gaga. Perry não. Ela não tem questões de moda ou arte - num contexto não da artista, mas do trabalho realizado, do legado.
Fiquei vendo vídeos das duas e posso dizer: as duas são muito boas. Não vou comparar em tópicos, pois fica mecânico.
Gaga é perfeccionista, tanto com o seu figurino quanto com as coreografias em seus shows. Perry é despojada, espontânea. O que volta ao tópico acima. O que é mais importante? Até aonde a organicidade é boa - ou, numa alusão às bandas dos anos 70, considerada uma arte? Eu gosto da voz de Perry e Gaga ao vivo. Cantam bem (não são uma Beyoncé, mas cantam bem).
Gaga é metricamente perfeita. Ou pelo menos essa é a intenção. Às vezes pode ficar um show carregado. Um erro pode detonar toda uma estrutura. E o show em si. E aí que a perfeição torna-se uma inimiga. Entretanto, tanta métrica e perfeição podem fazer um show entrar para a história (como no MTV Music Awards, em que o mundo ficou chocado com a apresentação de Paparazzi).
Gaga parece ser mais obcecada com a fama do que Perry, que de vez em quando parece estar aí para se divertir somente. E as duas coisas podem favorecer um artista. E aí?
Pro lado de Perry pende a beleza estonteante. Se tiver um show dela eu vou na primeira fila, só pra ficar vendo aquela mulher o tempo todo, sem nem prestar atenção na música. E também pesa o fato dela ser noiva de Russell Brand, o melhor comediante da Inglaterra - e grande camarada do nosso querido Noel Gallagher.
Pro lado de Gaga pesa a sua formação musical clássica, que lhe deu, dá e dará praticamente 100% de controle em suas composições. E de fato parece que Lady Gaga tem o controle de tudo, já Perry parece que não.
Gaga tem o apoio incondicional da comunidade gay mundial - o que ajudou bastante a alavancar sua carreira -, enquanto Perry tem a fascinação do público masculino hétero.

Pra concluir, penso que as duas são estrelas, têm ótimas músicas e muita coisa pela frente. Vejo Gaga na frente, falando de um futuro como ícone pop a la Madonna e Michal Jackson, tanto pelo seu estilo de levar a vida e a carreira, que volta e meia se confundem, como pelo fato de Gaga ter mais músicas consagradas. Os videoclipes ajudaram bastante, é verdade. Mas Perry também tem possibilidades de consagrar-se como uma estrela de primeiro escalão.

Abaixo os vídeos - das apresentações ao vivo que mais gosto das músicas que mais gosto de cada uma - mostram a diferença entre Gaga e Perry: espontaneidade.




5 comentários:

  1. Essa coisa nunca terminará!
    Enquanto houver alguém na mídia fazendo alguma coisa, sempre existirão comparações inúteis como essas fabricadas pela imprensa. Parece ser uma praga mundial, acontece em tudo que país quando se trata de música. Justamente por querer trazer uma informação mais fácil, que chama muito mais a atenção e/ou pode até influênciar essa "opinião pública" e uma lástima que seja assim. Acredito que para a imprensa o foco seja outro, por isso agem assim. Não sou fã de nenhuma das duas, gosto de algumas músicas de ambas e achei o artigo ótimo, por isso comentei. Parabéns!

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  2. Grande Glauber! Fico feliz que você tenha gostado do texto - obrigado - e tenha comentado - muito obrigado -, mas fico muito mais feliz por você ter concordado comigo quanto à inutilidade da imprensa no geral. Eles querem vender, no pensamento empresarial mais bruto, então acontece esse tipo de comparação imbecil.
    Acho uma pena que você não goste muito de nenhuma das duas. São ótimas.

    Mesmo assim, obrigado aí pela colaboração, amigo. Volte sempre.

    Rodrigo.

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  3. não sabia q a mídia fazia essa comparação, mas escrever sobre isso, vc aceitou pensar a partir dos paradigmas da mídia. e, ao te responder, eu estou aceitando tb.

    esse teu texto me deixou meio puto. meio quase putinha. eu até acho algumas músicas da perry legais, mas, porra, ela é um produtinho pop como outro qualquer. ela vende um lesbianismo light. legalzinho, quase chato, quase escroto, quase.... sei lá, não dá nem para comparar com a lady gaga, ela tá trazendo algo de realmente novo, ela tá chapando a arte conceitual com a arte de massa e tá dando certo,

    se vc tivesse comparado com o michael jackson, aí, sim, mas, porra, com a kate perry não se coloca, só de usar os dois nomes na mesma frase, já desvaloriza o pensamento GAGA q é o Pensamento da Deformação...

    mas acho q tem q comparar sim; essa idéia de não comparar nada, de todo mundo é legal, todo mundo tem a sua singularidade é q uma idéia midiática,

    é preciso instaurar a dicotomia, como diz o Badiou, senão, cai no falso relativismo propagado pela mídia

    em suma, perry = lixo, gaga = deusa da deformação.

    Ou nao.

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  4. Não curto nem Perry, nem Gaga. mas de qualquer forma sua comparação foi bacana. Acho que a música pop tem perdido bastante nos últimos anos, mas de qualquer forma, as musas gays estão por ai

    www.romarioregis.blogspot.com

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  5. a questão q vc deveria ter colocado é: lady gaga ou amy winehouse?

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