Ou melhor, não declaremos nada. Ser carioca é, cada dia mais, ser otário.
sábado, 3 de abril de 2010
Inversão de valores
Chego para almoçar numa churrascaria. Uma mesa grande ao centro aponta um grupo de gringos. Vem carne, linguiça, frango. Mas o silêncio não. Tudo bem, almoço num sábado de páscoa nunca será calado. Embalados com caipirinha, os gringos começam a cantarolar numa língua que não identifiquei. Italiano? Grande parte do restaurante acha isso simpático. Eu não. Eu acho a pior das putarias. Uma putaria escrota de engolir. Uma putaria dos diabos, digna de chacinas. Uma putaria sem precedentes. Fico com raiva. A partir desse ponto eu sou o antipático, o que não é receptivo, o que estraga o Rio de Janeiro, pois o turismo é importante para a economia. "Eles vêm aqui sempre, oras!". Eu quero que eles não venham mais. Fechem os portos, acabem com os voos internacionais, sejamos antipáticos, mal-humorados e ranzinzas. Declaremos o fim do ser carioca-otário. Prefiro morrer de fome, mas em paz. Eles gritam no meio do meu almoço a vontade. Todos acham simpático, espontâneo, engraçadinho. "Olha, os gringos não são tão frios, afinal". Fuck you, gringos. Fuck you. Eu não grito nem cantarolo no seu país, muito menos no almoço de vocês, bastardos gloriosos. Vocês cantarolam no meio do meu almoço porque vocês pensam "We have to mess with BRAZIL; we have to FUCK BRAZIL away". E a minha resposta é parafraseando Axl Rose: I don't give a fuck.
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Idem. Alguns turistas, de fato, tem um visão esteriotipada chata pra caralho do Brasil. Eles acham essa visão o máximo e procuram concretizá-lo. Alguém deveria perguntar: do you know where the fuck you are? You´re in the jungle, babay, you´re gonna die...
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