terça-feira, 30 de março de 2010

Ter o que falar

Primeiro passo de uma banda: Ter o que falar. Ter um discurso. Se não, tudo passa, e a música torna-se obsoleta.

1994: Cenário da música mundial: Nirvana quebra tudo. Guns N' Roses acabara de terminar (na prática), e já não havia uma banda, a não ser a de Kurt Cobain, que vinha cheia de atitude, idéias e DEPRESSÃO. Sim, depressão maquiada nas melodias empolgantes. Era a banda dos extremos. Pouco tempo depois, Cobain se mata. E aí, como ficam as coisas?

Fator sorte: Na Inglaterra, o Oasis lança seu primeiro disco, chamado Definitely Maybe. Por que foi a sensação? Porque o Oasis jogou a depressão no ralo quando disse em seu primeiro single "Rock 'n' Roll Star": "Tonight, I'm a Rock 'n' Roll Star!". A juventude, até então depressiva e carente, vê no Oasis a sua área de escape perfeita.

Fator inteligência: O segundo disco do Oasis sai um ano depois. Os garotos de Manchester estão rumo ao topo, e o nome do disco, "(What's The Story?) Morning Glory" é uma perspectiva daquilo tudo que estava acontecendo com eles: "Estamos rumo ao topo, perto dele, e agora, com essa pérola, encheremos estádio e chegaremos ao topo.

Fator azar: No terceiro disco, infelizmente, o Oasis não tem mais o que dizer. O que fica? O talento para compor "Stand By Me", "All Around The World", "Don't Go Away" e etc.

Fator conformismo: Noel Gallagher, um dos músicos mais inteligentes de seu tempo, sabe que o Oasis não tem nada de novo - tampouco relevante. Ele assume que a partir de 1999, o Oasis faria músicas de melodias envolventes e letras quase burocráticas, com exceção de algumas raridades poéticas como "Gas Panic!", "The Importance Of Being An Idle", "Guess God Thinks I'm Abel" e algumas outras.

Fator saturação: Em 2009, Noel Gallagher força o fim da banda. Fez muito bem. Agora o Oasis será um souvenir em nossas prateleiras. Se houver alguma volta ou reunião, haverá comoção em massa. Noel novamente se destaca pela inteligência. E se ele fizer algum trabalho solo, será para fazer algo totalmente não burocrático, o que seria o perfeito "retorno do gênio". Quero que Liam tenha herdado 1% da inteligência que Noel herdou dos pais deles, pois um trabalho ruim, piegas ou pra "cumprir tabela"com a nova banda será repudiado. Por mim, principalmente.

"Se você não tem o que dizer, fique quieto".

Haverá mais posts sobre o tema "ter o que falar" no Estórias, aguardem.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Lionel

Antes de tudo, a PARTE V da Mini-sequência 1 sairá apenas na quarta-feira que vem. Desculpe-me por não ter-lhes avisado antes, mas a semana está osso duro de roer.

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Eu não ando falando de futebol no Estórias. Pra falar a verdade, acho que foram 2 ou 3 posts que o futebol estava sendo mencionado. É verdade que estou falando menos do que gostaria, mas quando começo a falar de futebol é duro de parar.

Hoje eu venho escrever sobre um caso muito estranho que ando observando nos últimos 15 dias. Lionel Messi fez 11 gols nos últimos 6 jogos, sendo que pelo menos 4 desses gols foram de placa. Nesses últimos jogos, a atuação do cara foi impecável, tanto pelos golaços quanto pelas assistências, jogadas de efeito, dribles desconcertantes, arrancadas. Enfim, ele está comendo a bola.

O problema não é ele comer a bola - até porque eu não tenho medo dele na Copa do Mundo, e sim do Maradona; aposto que a representatividade de Maradona fará a diferença quando a seleção argentina entrar em campo e olhar pro seu técnico. O problema é que ele já é considerado (pelo presidente do Barcelona, inclusive) o melhor jogador da história depois de Pelé e Maradona. Pera aí, né. O cara joga muito, concordo, é craque de bola. Mas ele tem um timaço nas costas dele. O atacante com quem ele joga é o melhor do mundo na minha opinião; o meio-campo do Barça é a base do meio-campo espanhol, que, pra mim, é o melhor meio-campo de todas as seleções. Não é a toa. O time é ele e mais dez, ou seja, os outros correm, suam e marcam pro Messi brilhar. Acho que Ronaldinho fez mais que ele há cinco anos atrás, quando o Gaúcho chegou a ser comparado a Pelé e Maradona também. Com justiça. A torcida do Real Madrid, maior rival do Barcelona, aplaudiu de pé o cara em pleno Santiago Bernabéu (casa do Real). Isso não é pra qualquer um. Nunca vou esquecer de uma charge do diário Lance depois de uma atuação arrebatadora de Ronaldinho. O desenho mostrava o interior de um carro em que Pelé estava no banco do motorista, Maradona no do carona e Ronaldinho no banco de trás sendo observado preocupadamente pelos dois maiores da história pelo retrovisor.

É ultrajante ver que tanto na imprensa quanto nas faculdades, bares, locais de trabalho e etc. tem de haver o melhor do mundo, um "cara", um melhor que Pelé e Maradona, um político honesto, uma opinião formada, um roubo declarado, um poeta mal visto, um músico genial. Vai se fuder, opinião pública. Fuck You, opinião pública. Fuck You.

Percepções a parte, creio que Messi nunca vai ser melhor que Maradona. Mesmo se ele for melhor que Maradona em campo, jamais será melhor que Maradona. Maradona nunca será pior que Messi, que nunca será melhor que Maradona.

Ou alguém acha em algum dia abrirão uma igreja pro Messi?

terça-feira, 23 de março de 2010

American Idiot

Tom Hanks quer fazer um filme baseado no CD "American Idiot", do Green Day. Um musical estreará na Brodway em meados de Abril com o mesmo tema.

Seria interessante? Eu acho que sim e que não.

Levar conflitos de rebeldia adolescente com desilusão amorosa, revolta por causa da guerra, jovens querendo se expressar. A fórmula parece ultrapassada, mas não saturada.

Vejam: "Don't wanna be an American Idiot/don't want a nation under the new media/can you hear the sound of hysteria?/the subliminal mind fuck America". Tem como negar que esse início de música é uma espécie de bomba na cabeça dos americanos? Até os "american idiots" cantaram essa música com toda a força, tamanha é a sua força.

"Holiday" é um atentado direto ao ex-presidente Bush. "Jesus Of Suburbia" mostra um lado dos EUA meio obscurecido pelo governo. "St. Jimmy", o jovem suicida, seria capaz de matar qualquer um. Inclusive a si mesmo e ao presidente. "Wake Me Up When September Ends" é uma súplica desesperada pelo fim da guerra. Uma acusação séria: a guerra já não tem razões empíricas - nem escrúpulos.

Tudo pode ficar piegas ou interessante. Acho que vai ser um mix. Eu tenho boas perspectivas, até porque o CD é bom e tem letras boas - não entrando no mérito se o Green Day teve autenticidade ("permissão"?) para falar o que falou.

Eu quero que isso aconteça. Se pudesse estar em New York para ver a estréia do musical, não pensaria duas vezes. Tom Hanks não é de colocar seu bedelho em qualquer lugar.

sábado, 20 de março de 2010

Música Para Ninar Dinossauros

O espetáculo começou com alguns minutos de atraso, mas nada demais. Havia um ator no palco, que estava com a cortina aberta. O cenário - que não mudou durante a peça - consistia num piano à esquerda, uma poltrona à direita, um sofá ao centro e um aparelho de som de discos de vinil entre o sofá e a poltrona.

A peça começa mostrando três quarentões bêbados, acompanhados de três prostitutas. O diálogo é preenchido por anedotas e tiradas que relacionam a idade, o álcool, a relação dos três amigos com as putas e delas com a "burrice". Depois de um diálogo completo, em que o raciocínio era exposto por completo, entravam três rapazes bêbados e cheirados com outras três putas. Os três rapazes representavam eles mais novos. Os conflitos eram o da cocaína, da frequência que eles iam ao bar, da falta de representatividade daqueles jovens na sociedade. E assim os dois grupos de seis se alternavam.

A peça em si, por volta de 40 minutos decorridos, estava ficando chata. Tudo que compreendia os dois universos - os mais velhos com as putas e os mais novos com outras putas - estava saturado. Nenhuma novidade. Mas então, com uma cena bastante forte em que um dos três rapazes tenta voar pela janela por causa da onda de chá de cogumelo - ele achou que fosse um pterodáctilo - e os amigos o seguram, segue uma cena em que o personagem que iria se suicidar sem querer, porém já quarentão, segura uma das putas para que ela não se suicide. Ali começa um conflito interessante:

AS PUTAS QUE SE SENTEM INÚTEIS E SEM FUTURO x OS QUARENTÕES BÊBADOS, SOLTEIRÕES E INÚTEIS QUE NUNCA SIGNIFICARAM NADA PARA A SOCIEDADE.

Num dos diálogos, um dos quarentões sucinta o sentimento dos outros dois (e de toda uma geração que nasceu entre 63 e 66): "Não participamos da revolta contra o golpe militar porque éramos muito moleques; não lutamos a favor da queda de Collor porque já éramos muito velhos, não tínhamos idade pra essa porra. E agora estamos aqui, sem porra nenhuma". A análise foi perfeita, principalmente se formos analisar pelo lado da auto-cobrança: "Meus tios, pais, avós e filhos fizeram coisa pra cacete pelo país. Mas eu não fiz nada."

Faz sentido.

Depois a peça segue com cenas de dramaturgia forte, o que estava faltando para o espetáculo de fato. Os diálogos são mais intensos e sem seis personagens no palco, mas com um ou dois.

A peça foi aplaudida de pé, inclusive por mim. Houve que sentisse falta de uma solução ou até de dramaturgia durante o espetáculo, mas o saldo foi positivo na minha opinião.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Curitiba, PR

Já estou aqui na - bela! - cidade de Curitiba. A expectativa está grande, confesso. Hoje, às 21 horas, irei assistir o espetáculo "Música Para Ninar Dinossauros", de Mário Bortolotto. A sinopse é interessante, bem ao estilo de Mário Bortolloto. Essa questão que ele aborda sobre o quarentão de hoje em dia é curiosa, pois eu também vejo muita coisa interessante nisso tudo. O cara que nasceu em 65, por exemplo, e hoje tem 45. Ele nasceu um ano depois do Golpe Militar, cresceu durante a ditadura, foi adolescente durante um período Cazuza (período Cazuza = jovens revoltados sem questão) e, agora, está chegando aos 50 - um passo antes da terceira idade - sem nada de interessante pra fazer ou falar. Ele viveu grandes fatos do país, mas não esteve presente, pois era criança.

Intrigante, não?

Bom, já está na minha hora. Depois (hoje ou amanhã) vou postar a resenha do espetáculo. Boas perspectivas. Já ouvimos falar (meu amigo Greg e eu) que houve duas confusões durante o Festival. As duas ocorreram no fim de semana passado, sendo que uma delas, inclusive, foi por conta de um atraso de três horas da peça citada acima.

Tenso, não?

Até!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Festival de Teatro de Curitiba

Amigos do Estórias,

Nesta quinta-feira, excepcionalmente, não irei postar conforme a programação. O motivo é que viajarei amanhã para Curitiba pela tarde e passei o dia inteiro de hoje ocupado. Muitos problemas.

Mas para confortá-los, adianto-lhes que farei a cobertura (parcial, claro) do que ocorre, ocorreu e ocorrerá no Festival de Teatro de Curitiba. Vou ver, por enquanto, duas peças, das quais farei a resenha aqui no Estórias. Espero poder entrar em contato com o blog - e com os boizinhos do meu coração, claro - ainda no fim de semana. Mas, se não der, o material vai ser postado no decorrer da semana que vem.

Ótimo fim de semana para todos.

Abraços, Rodrigo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mini-sequências

Mini-sequência I, PARTE IV

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*Flash-back: Soraia e Márcio, na estória como Sujeito 2, estão em lua de mel em Roma. Os dois estão apaixonados um pelo outro. Tudo é alegria e amor. E drogas. Márcio conheceu Soraia na faculdade, no curso de Administração, mas foi conhecê-la melhor numa dessas festas universitárias na casa de um amigo. Quando chegou à festa, Soraia reparou que a cocaína rolava solta. A moça apenas acompanhava uma amiga, não era usuária. Já Márcio fazia parte de uma juventude contagiada pelo pó, e o vício vinha desde o final do colégio. Durante toda essa noite, Márcio ficou dando em cima de Soraia, que acabou dando-lhe um beijinho de boa noite ao ir embora da festa. Apesar de achar Márcio um pouco inconseqüente, ela gostava dele, não podia negar. Duas semanas depois, os dois estavam namorando. Os dois se apaixonaram muito intensamente nos meses seguintes, e Soraia acabava acompanhando Márcio no consumo da cocaína. Ela, claro, já estava viciada em certa altura, mas negava o vício – assim como Márcio.

Voltando à lua de mel, os dois já se encontravam no quarto do hotel depois de um dia repleto de atividades turísticas. Soraia está no banheiro tomando banho. Márcio cheira uma carreira em cima de um cômodo quando ouve um grito desesperado de sua mulher. Chegando o mais depressa possível no banheiro para ver o que estava acontecendo com Soraia, Márcio percebe que o chão do box está ensangüentado. Levou-a imediatamente para o hospital mais próximo, e o maior medo de Soraia está confirmado: Ela sofrera um aborto espontâneo por causa dos excessos de drogas.

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Semana que vem tem a PARTE V. Até lá.

terça-feira, 16 de março de 2010

Banda para se ouvir: Metallica

Alguns leitores do Estórias (a maioria, eu acho) me conhecem bem pessoalmente. E, claro, sabem do meu gosto musical.

Antes do post eu preciso dizer que sempre tive vontade de criar um blog apenas sobre música. Sobre nada mais. Mas eu sabia que iria abandoná-lo, por isso não botei a idéia pra frente. Estou fazendo essa observação porque quero criar aqui, no Estórias, um espaço forte para a música. E acho que estou no caminho certo, basta observarmos os posts anteriores. E dentro desse "espaço forte", vou fazer resenhas sobre as carreiras das bandas que mais gosto - como Metallica, banda da qual será dedicada uma resenha hoje. História da banda, repercussão dos CD's, melhores músicas, vídeos de shows, momentos históricos... Enfim, pretendo fazer uma cobertura completa sobre a banda em questão para que vocês, leitores, gostem desta tanto quanto eu.

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Metallica começou, em 1981, com a base de compositores que dura (Ulrich e Hetfield) até hoje. Eram eles: James Hetfield (guitarra e voz), Lars Ulrich (bateria), Dave Mustaine (guitarra) e Ron McGovney (baixo). Depois, para a gravação do primeiro disco, entrou Cliff Burton e saiu Ron.
Kill 'Em All, de 1983, foi como uma bomba no mundo trash-metal. Quem eram aqueles meninos da Califórnia que faziam do trash-metal, um gênero completamente não pop, uma novidade agradável aos ouvidos dos americanos? Músicas como a empolgante "Hit the Lights", o clássico "Seek and Destroy" e as massivas "Wiplash" e "Metal Militia" faziam de Kill 'Em All um disco de estréia arrebatador.

Mustaine, que era muito talentoso, acabou sendo expulso da banda. Ele queria ser o líder - além de ser violento - de qualquer forma e insistiu até sair, mesmo vendo que a liderança do grupo estava claramente nas mãos de Hetfield e Ulrich, que compõem a maioria das faixas até os dias atuais. Kirk Hammet, que é um grande símbolo do Metallica desde que entrou na banda, substituiu o líder da (boa) banda Megadeath.

O segundo disco, "Ride the Lightning", de 1984, mostrou nitidamente o talento de Burton (com o solo de baixo inicial de "For Whom the Bell Tolls", por exemplo, do qual muitas pessoas pensavam ser de guitarra), o entrosamento da banda e o fim das brigas. Deste CD saíram pérolas como "Fade to Black", "Creeping Death" e a própria "For Whom The Bell Tolls". A fama veio imediatamente, mas a glória veio com "Master of Puppets", de 1986. Neste disco, o Metallica começa a mostrar uma marca da banda nos trabalhos posteriores: a perfeita mistura entre o metal e o pop. A faixa título é venerada como uma das melhores do grupo - e até do metal. "Welcome Home (Sanitarium)" pode ser considerada uma das melhores músicas do Metallica. Opinião pessoal. Quem ouvir essa música num show saberá exatamente o que estou falando. "Battery" e a instrumental "Orion" destacam o talento dos quatro integrantes da banda. "The Thing That Should Not Be", "Disposable Heroes", "Leper Messiah" e "Damege Inc." não são grandes clássicos, mas são do gosto de 9 a cada 10 fãs do Metallica. Devido a isso, pode-se dizer que o "Master of Puppets" é o melhor disco da banda. Opinião pessoal novamente.
Na turnê do disco, o Metallica sofreu um triste revés: numa viagem de ônibus, no interior da Suécia, um acidente tirou a vida de Cliff Burton. Hetfield e Burton tiraram na sorte na noite anterior para decidir quem dormiria na cama de cima. Burton ganhou e foi jogado para fora do ônibus durante o acidente, justamente por estar em cima. O ônibus caiu em cima dele.
"Master..." poderia ser considerado o auge musical da banda se não fosse "... And Justice For All". Com Jason Newsted recrutado para o baixo, a banda fez o seu álbum mais complexo musicalmente. Como eles não confiavam no talento de Newsted, as linhas de baixo são inaudíveis. Mas praticamente não se sente quando ouve-se "Blackened", "To Live Is To Die", música feita para Cliff Burton, "Havester of Sorrow" e a mágica "One", que na minha opinião é a melhor música do Metallica. E a concorrência não ameaça. O álbum é tão complexo e difícil de ser tocado que a banda raramente toca músicas do mesmo. Em algumas turnês, mais no início da década de 90, eles faziam um medley das músicas do "...And Justice For All" para satisfazer os fãs.
"Black Album" ou "Metallica", de 1991, colocou o Metallica no topo de todas as paradas. O sucesso foi imediato e o Metallica ganhou o mundo definitivamente.
Muitos críticos fazem questão de salientar que o Metallica abandonou o metal no "Black Album", e que apenas por isso que o sucesso foi tão grande. Eu concordo e discordo. Acho que não foi pelo fato da banda ter largado o metal que o sucesso veio, mas sim pela qualidade da música. Mas é bem clara a diferença do "Black..." para o "Kill 'Em All", por exemplo. Acho que o Metallica se explorou, se abriu para algo mais popular. E isso é válido. Super baladas como "Nothing Else Metters" e "The Unforgiven", as clássicas "Enter Sandman" e "Sad But True" e a ótima "Wherever I May Roam" caracterizam a nova fase da banda. Foi diferente? Sim. Mas as mudanças podem ser para melhor. E é o caso de "Black Album". Também concordo que esse disco jamais existiria se Burton estivesse vivo, mas aí é outro assunto.
Cinco anos depois, em 1996, sai o "Load", que na verdade era para ser duplo. Sua outra "metade", o "ReLoad", foi lançado no ano seguinte. Na verdade eu tenho pouco a falar dos dois álbuns em questão. Foram, junto com "St. Anger", os discos do Metallica que menos ouvi. A mudança do som da banda foi mais significativa que a dos quatro primeiros discos pro "Black Album". O metal praticamente inexistiu, e os álbuns eram, de fato, de Hard Rock e Pop Rock. Posso destacar algumas músicas que acho excelentes, mas sinto que elas não representam o ser-Metallica. "Fuel", "Memory Remains", "The Unforgiven II", "Until It Sleeps" e "Mama Said" dão a graça dos dois álbuns.
"Garage Inc." é um disco de cover que o Metallica lançou em 1998. Contém a excelente "Whiskey In The Jar" e a contagiante "Stone Cold Crazy". Mas nada alarmante.
Em 1999, junto à orquestra de São Francisco, uma das mais importantes do mundo, o Metallica lança o álbum ao vivo "S&M", um sucesso de venda e crítica. Além das clássicas "Enter Sandman", "Master of Puppets", "One" e "Battery", há duas canções até então inéditas: "Minus Human" e a ótima "No Leaf Clover".
Ainda com Bob Rock, produtor dos últimos três discos de inéditas, mas sem Newsted, que foi demitido em 2001, o Metallica lança "St. Anger" no ano de 2003. Para a turnê, o ex-baixista do Ozzy, Robert Trujillo, é chamado para integrar a banda. Ótima aquisição, tanto pela técnica quanto pela presença de palco. Voltando ao "St. Anger", posso dizer que o disco é um erro, mas não 100%. Adoro a música "The Unnamed Feeling", mas para por aí. Devido às críticas de que o Metallica não era mais metal, Hetfield e sua turma decidiram fazer um álbum "pesado". Só que eles trocaram de gênero! Ao invés do metal tradicional, o álbum é ao estilo do New Metal, gênero da ótima "Silpknot". Além do álbum ser ruim em si, não tem personalidade. As brigas eram constantes, assim como as internações de Hetfield em clínicas de reabilitação. A banda quase acabou, mas persistiu. E para o bem de nós, fãs, que, cinco anos depois, em 2008, pudemos ver a volta do Metallica ao bom e velho metal com o ótimo álbum "Death Magnetic". Duas músicas desse disco, em especial, lembram os anos de ouro do Metallica de Burton. "All Nightmare Long" e "The Day That Never Comes", minha preferida. Além destas, há a interessante "The Unforgiven III", uma espécie de continuação de "The Unforgiven I e II" e a sempre tocada em shows (e um pouco estranha, vai) "Broken, Beat & Scarred".

Ouçam Metallica, vocês não vão se arrepender. Quem tem curiosidade e quer iniciar, farei uma lista com 20 músicas.

Battery
Creeping Death
Enter Sandman
Fade To Black
One
Master of Puppets
Seek And Destroy
The Day That Never Comes
For Whom The Bell Tolls
Fuel
Wherever I May Roam
Wiplash
The Memory Remains
Sad But True
The Unforgiven I
Blackened
Metal Militia
Orion
Until It Sleeps
Welcome Home (Sanitarium)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Opinião

Não quero os royaltes de volta. Mas quero ver Cabral chorar de novo. Não sei descrever com palavras o que foi o choro dele. Sarney foi prático: "Guarde suas lágrimas". "Se não tivermos os royaltes de volta, não teremos nem Copa do Mundo nem Olimpíadas"", reclama o governo do Estado. Paes, Cabral e Lula. O novo Império do Amor.

PRÓXIMO

Depressão; cansaço emocional; fragilidade nas ações; ressaca; e um grande arrependimento: ter comprado uma capa de chuva inútil. Isso tudo eu senti hoje, pois o show do Guns foi cancelado-adiado, ontem, por causa da chuva. Caiu o palco. Pergunta: E se Axl estivesse ali em cima?

DEPRESSÃO

No embalo da música, dia 29 de maio eu estarei na área vip do show do Aerosmith. Desde já estou começando a ouvir a banda que fez muito sucesso na década de 70, quase acabou na de 80, ganhou o mundo na de 90 e se manteve no topo (por causa dos grandes shows em estádios) nos anos 2000. Imperdível.

APREENSÃO

Dodô não é Amor nem virada, logo Dodô não é Vasco. Dodô grita: "Por favor, vascaínos, me ODEIEM. Eu sou relesmundo, inferior, um inseto. Eu sou botafogo e não nego. Não nego e não nego. Então, ME ODEIEM!!!". Obrigado, Dodô.

MALHAÇÃO

Escritos sobre fisiologia: Crise existencialista resulta em: bipolaridade. Há coisas que o bipolar faz com ninguém. Mesmo. Em breve mais trechos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Imperador

Faço das palavras de Marcelo Barreto as minhas. Adriano faz o que quer no Rio de Janeiro porque é quase uma obrigação. Ele tem que fazer, ele tem que cheirar, beber, fanfarronear, brigar com a noiva no meio da favela, tirar foto com fuzil na mão, fumar maconha, crack, cigarro, andar só com vagabunda, enfim, ele TEM QUE FAZER O QUE QUISER. Não é que ele possa - ele TEM que fazer. Assim como Romário e Edmundo, por exemplo, faziam.

Agora a pergunta: Por quê?

É óbvio. Porque Romário, Edmundo e Adriano (estou usando apenas exemplos recentes) são craques (sim, acho Adriano craque, principalmente em forma); porque eles decidem na hora que o time precisa; porque são (foram) ídolos de torcida, que compra (e comprava) ingresso muitas vezes apenas para vê-los; porque eles desistem (desistiram) de ganhar o triplo do salário lá fora.

Agora a segunda pergunta (com uma quase-análise sociológica): Por que eles desistem desses salários?

Um burro lá atrás da classe responderia: "Porque eles têm dinheiro suficiente"; Ou: "porque eles sentem saudade do Brasil"; ou "porque eles não se adaptaram na europa. O futebol é muito diferente. Isso sem contar o frio". Errado, errado, errado. Eles vêm pra cá porque querem farra, fanfarra, night, churrasco todo fim de semana. Mais precisamente: sexo, drogas e rock 'n' roll. E lá fora ninguém dá essa guarita pra eles: nem impressa, nem torcedores, nem diretoria e nem os próprios jogadores. Por quê? Bom, além de pagaram o olho da cara para terem jogadores como Adriano, há outros pontos em questão. Mas isso é tema para outro post.

Portanto, vamos ser práticos: Aqui a gente paga três vezes menos e deixa os caras montarem em cima. Eles vão lá e decidem os campeonatos pra gente e sai todo mundo ganhando.

Então, céticos e bonzinhos, deixem o Imperador brigar na favela, não jogar jogo importante de Libertadores, pesar 106 kg e beber (?) a vontade. Deixem porque ele deu o hexa pro Flamengo junto com o Pet e ainda pode decidir jogos importantes (como os que virão na Libertadores). E isso não tem preço.

Post secreto n° 1

"Torre"

Vou criar em versos
uma torre de palavras
que traduzirão mágoas e felicidade
quando chegar a hora da verdade.
Não vou citar você, senhorita,
que insiste em viver outra vida,
[não sei se você existe]
e que finje resistir à tentação
de estar em minha mão.

Abri os olhos encontrando nada
só alguns livros
e uma entrada
por que poderia ser uma vida.

Vida, encontra-te, anormal
não sabe amar
ou rejeita sofrer
[reflexo ou consequência de viver]
mas tudo se acerta com o papo no bar
pra reflexão dos segundos
aqueles que fazem a diferença
pra reflexão dos mundos
aqueles que não paramos de querer.

Fechei os olhos, pois
o sono foi breve
acordei sentindo frio
e fechar a janela já não parecia absurdo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mini-sequências

Hoje é a continuação da Mini-sequência 1.

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Mini-sequência 1, PARTE III

Na cena do acidente ainda está o corpo, coberto por uma manta preta. A perícia chega depois de algum tempo, e os curiosos não param de rodear a cena, como se fosse um circo. Sujeito 1 agora dá o seu depoimento sobre o fato. Ele se embaralha com as palavras, pois está muito nervoso. Quando falava de alguns detalhes do acidente, entra uma mulher na pequena tenda que a perícia montou para o caso. Ela pergunta meio irritada e carrancuda quando poderá ir embora, pois seus filhos estavam em casa esperando-a. E ainda por cima ela teria que dar a notícia a eles. Era a mulher de Sujeito 2. Sujeito 1, atônito com a frieza da mulher, não entende por que ela não está chorando ou triste ou desesperada.

*Flash-back: A mulher de Sujeito 2, Soraia, está no trabalho quando um policial liga para ela dizendo que seu marido se envolveu num acidente grave de carro e foi fatalmente ferido. Milhares de pensamentos lhe ocorrem neste momento. Ela disse que estava prestes a buscar os filhos na escola e que diria direto para a cena do acidente. Soraia pensou imediatamente que poderia ter sido pior. “Imagina se aquele bosta estivesse com meus filhos no carro. Deus me livre!”. Arrumou suas coisas e saiu para buscar os filhos, deixá-los em casa e ir para a cena do acidente.

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Semana que vem tem a PARTE IV. Até lá!

terça-feira, 9 de março de 2010

14 de Março de 2010

No dia 14 de Março de 2010, no próximo domingo, acontecerá o show do Guns n' Roses no Rio de Janeiro. Confesso que estou meio atônito, pois até um ano atrás eu "odiava" Guns n' Roses. Mas por que odiava? Porque era imbecil. Preconceituoso. E não tinha a mente aberta. Guns é, sem dúvida, uma das melhores bandas da história do rock. Mas tudo isso é por causa de Axl Rose. E de Izzy e Slash também, claro (mais do Izzy, como falei em posts anteriores). Axl consegue representar o rock n' roll e o pop, o punk e o hard rock, a puta e o cafetão, o óbvio e o improvável.
O primeiro CD, diga-se de passagem o melhor, "Appetite For Destruction", foi uma pancada na cabeça de muita gente com o rock pesado unido ao pop e à letras porno-cômicas, estilo AC/DC. "Guns n' Roses Lies", o segundo, é burocrático, mas contém pérolas como "Patience". "Use Your Illusion I e II" são discos diferentes. Eles ficam cada vez mais pop, com as baladas "Don't Cry" e "November Rain", mas também se tornam mais profundos. "You Could Be Mine" e "Civil War" também ilustram como esses CD's foram importantes para a consolidação do Guns como banda top. "The Spaghetti Incident?" e "Chinese Democracy" são exceções. Dois CD's estranhos num todo, mas com algumas músicas que empolgam em show. E Guns sempre foi banda de show, de palco.
O show dessa semana vai ser devastador pra mim (no bom sentido), ainda que o Axl de hoje, aos 48 anos, não seja o de 20 anos atrás. Mas o gênio ainda está ali, e quem é rei nunca perde a majestade.

Algumas prováveis músicas que tocarão no show que valem a pena serem ouvidas:

Chinese Democracy
Welcome To The Jungle - surtação!
It's So Easy
Mr. Brownstone
Live And Let Die (Paul McCartney cover) - clássico do rei!
Rocket Queen
You Could Be Mine - que música!
November Rain - tradução do que é emoção!
Sweet Child O' Mine - clássico que remete a Slash!
Knockin' On Heaven's Door (Bob Dylan cover) - muito linda!
NightRain
Madagascar - muito boa música do "Chinese Democracy"!
Patience - muito linda também!
Paradise City - Paradise City é o Rio, afinal!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para as mulheres

Parabéns pelo seu dia. Vou poupar palavras.













Radiohead - All I Need
Beatles - Something
Bon Jovi - You Give Love A Bad Name
Guns N' Roses - Rocket Queen

domingo, 7 de março de 2010

Lendas reais não urbanas: Arlindo século XXI

Em cena: Arlindo século XXI
(O texto é uma grande fala; tudo entre aspas, pois)

"Eu acordo depois de dez horas dormindo, mas mesmo assim com sono. Há cinco anos atrás, quando o tempo passava mais devagar que hoje, bastavam-me seis, sete horas para acordar com plena disposição. Mas hoje em dia é essa sacanagem, pois são necessárias doze, treze horas para que eu acorde bem. Assim que levanto eu bebo café. Sem rum. Com rum às vezes, nem sempre. Ligo o rádio, mas tudo é ruim. 'Baú da música' na rádio x, canto gospel na rádio y, futebol na rádio z. Foda-se, desligo a merda rádio. Saio pra comer; não tem comida em casa; nunca tem comida em casa. Quando chego na padaria descubro que esqueci a carteira. Volto em casa, mas não pra pegar a carteira. Desisti de comer. Foda-se de novo. Durmo de novo. Acordo algumas horas depois e sento no computador. Estou com trabalho acumulado, mas foda-se (de novo), eu sou o cara, eu sou o gênio (geniozinho, ok). Não faço trabalho, fico vendo vídeo no youtube. Eu amo youtube. Depois entro no facebook e jogo alguns joguinhos de passatempo. Quero tudo, menos sair de casa. Ao meio-dia chega o inevitável: tenho de sair de casa pra trabalhar. Chego no trabalho e um babaca comenta da minha barba. Pergunta se sou lenhador, e eu respondo perguntando se ele é viado. Tenho certeza que aquele cara é viado. Sento na minha mesa e fico olhando pra gostosa da mesa da frente. Ela me olha às vezes, mas provavelmente pra reprimir minha barba. Foda-se de novo e de novo. Eu paro de olhar pra ela, mesmo sabendo que quero comê-la. Paro de olhar porque eu sou o prêmio. Pergunto pra mim mesmo que horas devem ser. Eu não ando de relógio. Odeio relógio porque quando tinha um eu simplesmente não parava de olhar pra ele. E para as horas, consquentemente. Saio do trabalho depois de algum tempo de tédio e volto pra casa. De noite o pessoal do colégio me liga pra sair. Eu não quero sair. Mas eles insistem. Eu gosto deles, mas eles não pensam em outra coisa: sair, sair, sair. Foda-se eles. Mas foda-se eu também, vou sair dessa casa cheia de poeira. Vou conhecer gente, me entrosar, conversar... Que coisa escrota que eu tô falando agora. Sei que não farei nada disso. Sei que vou embora depois de uma hora e meia no máximo. Mas assim mesmo eu vou. Com o pessoal reunido, as risadas são inevitáveis. Mas as minhas risadas têm um toque de veneno, de pena mesmo. Eles não sabem de nada da vida, mas o pior de tudo é que acham que sabem. As mesmas estorinhas, as mesmas mentiras imbecis que todo mundo sabe que é mentira. É, tem gente que não se corrige. Depois de meia hora dentro da boite, decido me aproximar de uma mulher. Vontade repentina. Chego em uma e mando a clássica: 'pode me chamar de Lindo, pois o ar você já me tirou todo'. Admito que sou bom com mulheres. Elas devem me achar engraçado. Não me conhecem nem um pouco, claro. Acabei pegando aquela menininha. Começamos a conversar, e então a vontade de matá-la começou a aflorar. Ela não falava nem uma palavra que não me irritasse. Falei que iria ao banheiro rapidamente. Fui ao caixa, paguei a conta e peguei um táxi até em casa. Chegando em casa, abri uma cerveja e vim escrever. E aqui estou me despedindo, pois estou com sono. Dormi muito mal noite passada."

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sábado, 6 de março de 2010

Estado de espírito

Escrever num blog tem um lado bom. Semana passada, quando o Estórias começou, fiquei meio feliz meio triste. No Amor F.C., meu outro blog junto com outros companheiros, tínhamos construído coisas interessantes. Cada um tinha seu personagem, criado pelos outros membros do blog, e a união de tudo que estava acontecendo no blog, em certa altura, fez com que eu almejasse coisas muito grandes para o Amor. Nessa época não paravam de entrar seguidores no blog. Fizemos até uma promoção do "melhor poema orkut". Mas isso tudo passou.
Confesso que meu estado de espírito no Amor, nas últimas semanas, estava pesado. Meus textos eram travados, meus comentários eram travados. Não tinha coragem de escrever nada, quanto mais vontade. Então a idéia do Estórias me ocorreu como uma luz no fim do túnel, porque se tem uma coisa que eu gosto muito é escrever num blog coisas interessantes. Mas no Amor estava praticamente impraticável. Ou qualquer coisa que eu escrevesse não seria relevante, seria apenas uma penca de palavras dispersas. Mas isso também passou.

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Uma turminha de Cinema de uma faculdade (que não citarei nomes) vem me falar que o novo Sherlock Holmes está horrível.

PAUSA

Sabe qual é a graça em fazer faculdade de Cinema aqui no Brasil (no Rio principalmente)? Criticar Hollywood. Falar que tudo em Hollywood é fake, é indústria, é não-cinema. Que o Cinema não existe em Hollywood. Sendo que um detalhe: 98% desses críticos abalizados nunca viram Bergman ou Fellini.

VOLTANDO

Eu argumentei que o filme era Hollywoodano, sim, mas que a essência do personagem que Arthur Doyle criou estava bem presente. Meu companheiro do Amor Moreira falou algo interessante sobre Downey Jr.: "Ele tem um afastamento meio crítico, meio irônico dos personagens que ele faz. Muito parecido com o que costumam fazer os atores franceses". Achei ótima a colocação dele, até porque eu já havia observado isso, principalmente em "Chaplin", mas não havia detectado da forma que meu companheiro o fez na mesa do boteco. Nem usado essas observações em palavras - ou comparações. É óbvio que Holmes ficou diferente. Mas a proposta era outra. Guy Ritchie fez dele um anti-herói-super-atraente (não só às mulheres, mas aos homens que gostariam de ser como ele). Bem ao estilo clássico de Hollywood. Ritchie também preservou a essência cômico-sagaz do personagem, como falei acima, e isso foi o importante no filme. Sem contar que Jude Law e Downey Jr. estavam em constante sintonia no filme.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dunga vai ser Hexa

"Dunga é burro"; "Dunga é teimoso"; sim, e daí?

Pensem pelo lado prático: todo técnico de seleção brasileira tem que ser burro ou teimoso. Se não ele NÃO GANHA A COPA. Parreira foi burro em 1994. Montou um esquema tático que dependia de um jogador. Mas justamente esse jogador decidiu jogar tudo e mais um pouco. Conclusão: Brasil tetracampeão. Quando ele não foi burro nem teimoso, em 2006, e colocou "o que tinha de melhor", tomou pancada.
Felipão foi teimoso. Não chamou Romário pra Copa - e olha que o país inteiro queria o cara na porra da Copa. E o que aconteceu? Pentacampeão.
Dunga vai ser teimoso e burro. Teimoso porque não vai chamar Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Burro porque o esquema tático é retranqueiro. O que vai acontecer? Acredito e MUITO no hexacampeonato. Podem me cobrar, hoje é dia 4 de Março de 2010 e faltam três meses para a Copa.

Só mais um detalhe sobre Seleção e Dunga. Ouvi muito essa semana, depois da não convocação de Ronaldinho Gaúcho, que o Dunga era injusto, já que o Gaúcho tá comendo a bola na Itália. Beleza, até posso concordar, mas a verdade é que ele foi malandro. Amigos do Estórias, coloquem uma coisa em suas cabeças: jogador consagrado, campeão do Mundo, escolhido melhor do Mundo pelo FIFA, jogador de time grande, NÃO ACEITA FICAR NO BANCO DE RESERVAS. E esse é o caso do Gaúcho e do Ronaldo. Eles JAMAIS aceitariam ficar no banco, e se ficassem iriam arrumar intriga no grupo. E o Dunga, malandramente, não chama os caras, pois grupo que tem intriga NUNCA ganha nada, mesmo se só tiver craque (1982 e 2006). Seleção brasileira não tem que ter só os craques. Nós temos jogadores pra montar cinco ou seis times de alto nível. Na Seleção brasileira tem de estar quem quer muito estar lá. A conclusão é que só valeria a pena chamar algum deles pra falar: "Aqui, você é meu craque. Entra e arrebenta". Mas pra ser reserva (e o Dunga não tira ninguém desse time que começou contra a Irlanda pra botar o Gaúcho) não vale a pena. E olha que eu sou fã de carteirinha do dois Ronaldos.

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Estou muito curioso para ver "Percy Jackson e o Ladrão de Raios", filme baseado no livro homônimo de Rick Riordan. O livro é muito interessante, porém não era conhecido aqui no Brasil. Só fui descobri-lo graças a meu grande amigo Luiz Arhur (Serjão). E confesso que achei muito legal a estória, que conta a saga de Percy Jackson, um garoto que descobre ser filho de Poseidon e que a mitologia grega está mais próxima dele do que ele imagina. A escrita é meio falha, provavelmente culpa da tradução, mas o filme parece ser muito interessante. No elenco tem atores consagrados como Pierce Brosnan (007 contra Goldeneye) e Uma Thurman (Kill Bill). Vale a pena conferir o filme. E depois leiam os livros, claro!

E domingo, dia 7, tem Oscar. Sexta que vem (ou domingo mesmo, quem sabe), venho fazer uma resenha da premiação.

Trailer de "Percy Jackson e o Ladrão de Raios"

quarta-feira, 3 de março de 2010

Mini-sequências

Hoje tem a continuação da estória que começou na semana passada.

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Mini-sequência 1, PARTE II:

Sujeito 1 tenta achar o chão, mas ele sumiu sob seus pés. Ele não entende a situação. Ele não quer entender pelo visto. Ele vê algo diferente naquele corpo estirado no chão, ensangüentado. Ele tem certeza que aquilo é um pagamento de contas. “Não é possível” era só o que Sujeito 1 ousava falar. Agora, mais do que nunca, Sujeito 1 gostaria que seu pai estivesse ali.

*Flash-back: Sujeito 1 tinha seus 16 anos. Caminhava pela rua com seu pai. Era aniversário de Sujeito 1, e seu pai comprara-lhe um belo relógio. Andando despreocupadamente, os dois conversavam sobre futebol quando foram abordados por um assaltante armado e nitidamente alterado. Devia estar drogado. O bandido pediu o relógio de Sujeito 1, mas este se recusou a entregar. Com muita pressa, o assaltante partiu pra cima do garoto para arrancar o relógio do pulso do rapaz, e foi quando o pai de Sujeito 1 interveio entre os dois para que o bandido não machucasse seu filho. O assaltante não pensou duas vezes e atirou. Assim que viu o pai do garoto caindo no chão, agonizando, e percebeu que tinha feito merda, tratou de correr o mais rápido que pôde.

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Semana que vem sairá a Mini-sequência 1, PARTE III.

Até lá!

terça-feira, 2 de março de 2010

Guns é Axl

A relação Guns n' Roses-Verdade já começou a me afetar. Faltam dois domingos pro "dia D". Axl Rose vai subir ao palco da Apoteose mais esquisito do que nunca. Meio rapper, meio cafetão, meio puta. Ele vai se prostituir ali em cima para ser o Guns completo, pois o Izzy também era Guns - e vai dar certo. Aliás, só os dois são Guns. Slash é a caricatura. Eu sou um dos poucos que gostariam de ver o Slash no palco, mas não no Guns. Ele se acha maior que o Axl, mas não é - nem NUNCA será. Axl é o gênio, Izzy era o colaborador principal do Axl, uma espécie de sub-gênio. E tava tudo certo. Nos shows o Slash tocava o dele e aparecia como um protagonista junto de Axl. Mas ele quis ser mais do que isso. Ruim pra ele.

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Detalhe interessante: Estou ouvindo de muita gente que a banda que vai entrar no palco da Apoteose dia 14 de Março será qualquer uma, menos Guns n' Roses. Eu adoraria que um imbecil desses falasse isso perto de mim. Quando começar o riff inicial de 'Welcome To The Jungle' e o Axl gritar "YOU KNOW WHERE THE FUCK YOU ARE? YOU'RE IN THE JUNGLE BABY, YOU'RE GONNA DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIE" como ninguém, não existirá hipótese daquilo não ser Guns n' Roses. Outro momento mais Guns do que nunca: quando o piano gigante de Axl entrar e este começar um solo que só os raros fazem e emendar a lindíssima 'November Rain'.

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Dia 25 de março está marcado o primeiro suspiro não-Oasis de algum dos Gallagher. Noel fará dois shows (25 e 26) para uma instituição que combate o câncer em adolescentes. Eu estou muito ansioso, pois acho que a carreira solo de Noel será espetacular, a la Eric Clapton fora do Cream. E com um pouco de medo também, pois isso diminuiria MUITO as chances de uma reunião do Oasis.
Será que Noel tocará aquelas músicas que ele "mostrou" nas passagens de som da América Latina? Quanto de Oasis ele tocará? São muitas as perguntas.

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Só pra divertir vocês, posto aqui dois vídeos ESPETACULARES de 'Live Forever' (Oasis) e 'Yellow' (Coldplay) com Noel Gallagher e Chris Martin, dois caras que significam muito pra mim atualmente - Noel há mais tempo e Chris recentemente, com vocês sabem.




segunda-feira, 1 de março de 2010

"Look at the stars, look how they shine for you..."

Foi assim, com a frase do título, que eu constatei: esse show vai ser um dos melhores da minha vida. A música, 'Yellow', vinha depois de uma sequência arrebatadora: 'Clocks' e 'In My Place'. Nesse momento, quando as bolas amarelas entravam das laterais do complexo da Apoteose para o público, que entendi que o Coldplay merece o título de melhor banda do mundo da atualidade junto com U2 e Radiohead.
Vamos voltar um pouco. 'In My Place', que não era a música que eu mais gostava deles, passou a ser. Mesmo sendo apenas a quarta música do show, eu já sabia que seria a melhor. Que desbancaria até a que eu mais gosto deles, 'The Scientist'. Confesso que foram poucas as músicas num show que elevaram tanto minha alma. Talvez umas três ou quatro, não tenho certeza. 'One' do Metallica, 'Don't Look Back In Anger', 'Slide Away' e 'Masterplan' do Oasis... Poucas outras. Foi uma combinação muito linda das luzes - que se mostraram impressionantes o show inteiro, principalmente em 'Clocks' -, dos instrumentos e de Chris Martin. Agora é oficial: sou fã dele. Talvez não fora do palco, mas dentro dele o cara é fenomenal. Mas uma parte em 'In My Place' foi a que mais me chamou atenção. Ele cantava: "I was lost, I was lost / Crossed lines I shouldn't have crossed / I was lost, oh yeah". Num pequeno intervalo antes de ir para o refrão e gritar "YEEEEEAH", Chris apenas pede com um português arrastado porém esforçado: "por favor, Rio de Janeiro!", e o complexo da Apoteose, quase lotado, responde a Chris e às luzes que se acenderam sobre nós: "YEAAAAAAAH / How long must you wait for". E assim até o final da música. Ali Chris Martin viu que poderia contar com o público. E fez muito bem.
Saindo um pouco de 'In My Place', o show prosseguiu com um tom de show de estádio, daqueles que o Queen fazia, mas extremamente intimista ao mesmo tempo. Culpa, mais uma vez, de Chris Martin. E do resto da banda, é verdade. Eles procuravam estar muito próximos do público. Chris corria para todos os lados; nas passarelas anexas ao palco, no palco, em tudo que é canto. Quando estava ao piano ele parecia que estava na platéia, ali com a gente, tocando numa roda de amigos. 'Hardest Part' (melhor música do X&Y junto com 'Fix You'), que ele tocou num piano no meio da passarela lateral, literalmente para o público e embaixo de chuva, provou que ele estava com muito prazer de estar ali. Tentava falar português a todo momento com o público, o que me cativou muito. 'Viva La Vida' foi como um estouro para o público que cantava a música o show inteiro - inclusive fora do complexo. Chris foi um grande maestro para as quase 30 mil pessoas (ou mais?), que, em êxtase, mostraram a Chris que o Brasil é um dos melhores países para se fazer um show.
Durante algumas músicas, no auge da maravilha de show que ele estava fazendo com seus três amigos, Chris caía nas passarelas anexas, se contorcia, cantava no chão, como uma criança feliz. Ali ele estava mais perto de nós do que nunca. 'Fix You' foi muito linda. Parecia um desabafo de todo o público aos problemas amorosos regidos por Chris. Ali, novamente, ele parecia um grande maestro.
Outro grande momento do show foi quando parecia que eles iriam para o intervalo, mas na verdade foram para um palco muito pequeno no meio do público, localizado entre o final da área vip e a grade da pista comum! Os quatro juntos naquela palcozinho, como quatro jovens que acabam de formar uma banda tocando num bar. Ali foi o momento mais intimista do show. Chris pediu para que todos ligasses seus celulares, e só o que se via eram luzes brancas. Tudo apagado para o momento Coldplay-público. E ali o baterista tocou guitarra acústica e cantou uma música inteira (muito legal, por sinal, a música e a voz do cara), Chris tocou gaita, o guitarrista tocou um violão, o baixista tocou guitarra e uma espécie de banjo... ou seja, a festa dos quatro naquela noite era de fato ali.
Quando eles saíram do palcozinho para o intervalo, o público sabia que faltavam poucas músicas para o fim do show. De volta ao palco, a banda tocou mais 3 ou 4 músicas - a última contou com aquelas borboletas superlegais - e saiu novamente. Muitos pensaram que o show tinha acabado de vez e começaram a ir embora do complexo. Eu não acreditava. Eu não iria sair dali sem ouvir a música que mais gosto (ou gostava, desde ontem) do Coldplay. Eles tinham de voltar para tocar 'The Scientist'. E foi o que aconteceu. Tão logo Chris voltou para o palco, sentou-se no piano e começou a tocar 'The Scientist', para delírio do público que cantava junto com ele a música inteira. "Come up to meet you, tell you I'm sorry" foram os versos que me fizeram arrepiar o corpo e a alma. E o resto da música foi igualmente emocionante. Ali eu já sabia o quão grande tinha sido todo o show, que passou por minha cabeça numa rápida retrospectiva.
'Life In Technicolor II' foi a última música do grande show. Um dos melhores da minha vida, com certeza. Não sei avaliar ao certo o que Chris Martin se tornou para mim. Ainda tenho algumas restrições a ele fora dos palcos, mas isso é muito mais fácil do que as que eu tinha dele em cima do palco: que ele tentava ser alguma coisa (um Thom Yorke pop). E o que eu vi ontem foi a negação de tudo que eu pensava. Como se ele estivesse pessoalmente respondendo a mim. Ele ontem representou outra verdade. Uma verdade que fez me transformar num fã de Chris.