domingo, 17 de outubro de 2010

Super

E se a utopia do amor for uma criação do homem, da empresa, do comércio? E aí descobriríamos que é impossível amar a intensidade, impossível jogar , impossível não sofrer. Mas mesmo assim tem gente que gosta do amor. Do amor bruto, não o líquido. Seria muito fácil amar líquido. Desconte tudo de ruim, só me dê o bom. Mas seria tão fácil quanto ruim. E se um dia eu não quiser amadurecer? Não quiser crescer, quiser ficar no meu quadrado. E se eu não quiser passar pelo processo? E se você não quiser passar pelo processo, sempre haverá uma opção? Não.

Aí eu apago as luzes do meu quarto e começo a ouvir Legião. E Renato me fala que sexo verbal não faz seu estilo, que palavras são erros, e que os erros são dos outros. Se crêssemos que tudo é um erro, um erro mesmo, que existe de fato certo e errado, que a ideia do certo-errado não é criação do homem, estaríamos admitindo errar? Admitindo o sofrimento? Então, por que tentar ganhar dinheiro, acordar cedo - dormir até tarde é tão bom -, ouvir merda de gente mais ignorante que você, admitir a inevitável perda da mãe, do pai, o desafeto do irmão. Pra quê? Vamos simplesmente superficializar! Não? Não é melhor? Não. Porque FUGIR é bom de vez em quando. E é necessário, claro. Mas fugir sempre sufoca. Se correr o bicho pega, e se ficar o bicho come.

A opção não é tentar estabelecer vanguarda emocional. "Amar intensamente é a cura dos males"; "Se entregar é atitude arrojada, coisa de gente preparada"; Não. Preparada não. Porque você vai achar que está preparado, mas quando é pra se dar mal, você se dá mal. Parece uma criança de 6 anos numa mesa de adultos que conversam sobre política. Não se entende o sentido daquilo, o teor da coisa pode-se até desconsiderar. Então você se fode legal. E a vida continua, pior é isso. Porque seria vanguarda se você se fudesse e simplesmente nascesse de novo. Do nada. Voltasse a ser neném. Do tipo: "volte lá pra trás, tente de novo! Mas vê se consegue desta vez". Seria o próprio significado do renascimento, da fênix. Mas parece que sempre que há o recomeço, que a poeira abaixa, que a luz no fim do túnel aparece, há um renascimento. E aí tudo faz mais sentido.

E aí Renato explode a nossa cabeça de novo. Nos bota pra pensar. Renato não é pra quem superfializa, definitivamente. Quem superficializa prefere não pensar, não sentir. É errado? Renato nos elucida pro fato de que seria realmente ótimo se acreditássemos de fato que o mundo é bom, que seria ótimo se pudéssemos explicar o mundo inteiro, que seria ótimo se pudéssemos explicar para quem tem demais que não é legal ter demais. Que dá pra ter o suficiente, sempre. Que o exagero MATA. Mas só não mata mais do que o indivíduo que pensa que se pode empurrar o tempo e a vida com a barriga, omitindo sentimentos e pensamentos. Porque quando eles aparecem e precisam se soltar, os sentimentos e os pensamentos, eles acabam com toda a "resistência" que encontram pela frente.

sábado, 16 de outubro de 2010

Legitimação

Zé Padilha e Wagner Moura têm que se tornar uma dupla inseparável, a la Scorsese e Di Caprio atualmente. Essa é a conclusão mais imediata que tirei após Tropa 2.

Vou pegar a parte que me intrigou. Depois eu falo do resto. Ou não.

No Tropa 1, público e crítica riram - e deliraram - com as ações de Capitão Nascimento e sua equipe alfa. Gargalharam nas cenas de treinamento. Gargalhamos!!! Enquanto os vagabundos morriam pelas mãos dos caveira, o filme acabava por nos passar uma sensação de segurança. "Se há BOPE, há esperança". Beleza. Acabou o Tropa 1 o BOPE foi posto no pedestal. O BOPE e, claro, seus métodos.

No Tropa 2, muito mais "politizado" - odeio essa palavra politizado -, vimos o CORONEL Nascimento tentando se mover num pântano de intrigas e corrupção que é a secretaria de segurança, o que, aliás, foi muito bem mostrado no filme. E ele só virou sub-secretário por causa do apoio da população, de sua popularidade. "Bandido bom é bandido morto". O governo precisa - sempre precisou e sempre precisará - de um cara desses para a imprensa. E aí chegamos num ponto crucial que une os dois filmes: a legitimação do crime. O BOPE usa o crime com respaldo do Estado para coagir o crime organizado. Isso é um fato que não é nem considerado no primeiro filme. No segundo, há a figura do "cara dos direitos humanos" que tenta nos mostrar essa situação (e outras, por mais irritante que ele seja - a verdade irrita). Crime por crime, quem está certo? Nascimento não consegue admitir que é um criminoso também, como outro qualquer, mas um criminoso legítimo, da lei; ou, se Nascimento consegue admitir alguma hora, mesmo que internamente - daí a genialidade da personagem: as questões interiores são agustiantes e auto-punitivas -, tenta provar que o uso do crime para coagir o crime é legítimo para todos os efeitos. Há um conflito interno no decorrer do filme. Não sei se Nascimento toma uma posição concreta ao final do filme; se ele acha que o BOPE realmente é criminoso; se ele acha que o BOPE não é criminoso; ou, se ele acha o BOPE criminoso, se considera esse tipo de crime legítimo ou não.

Mas no fim do filme, no depoimento na câmara dos deputados, Nascimento explana seus conflitos internos quando pergunta a todos: "Matei muito vagabundo. Mas por quem? Por quê? Pra quê?"; "Admiti todos os meus erros e expus algumas coisas. Falei durante 3 hoaras." E aí o filme te faz pensar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Perry x Gaga

Se tem alguma coisa que me irrita mais do que ver o Fluminense bem é uma guerra imbecil. E na maioria dessas guerras, o responsável é imprensa - ou, como eles amam dizer, a opinião pública.
Recentemente surgiram duas estrelas pop. A estrondosa Lady Gaga e a musa Katy Perry. Honestamente, não há guerra. Cada uma no seu quadrado. Mas a questão - qual das duas é melhor - está presente, e como sou fã das duas, me sinto obrigado a analisar. Não quem é melhor, mas a questão em si.

Pra começar, há uma diferença que marca as duas: a espontaneidade - ou a falta dela.

Gaga tem um discurso de comprometimento constante com a arte que ela impõe - ou pensa impor. A moda e a música têm a mesma importância no trabalho de Gaga. Perry não. Ela não tem questões de moda ou arte - num contexto não da artista, mas do trabalho realizado, do legado.
Fiquei vendo vídeos das duas e posso dizer: as duas são muito boas. Não vou comparar em tópicos, pois fica mecânico.
Gaga é perfeccionista, tanto com o seu figurino quanto com as coreografias em seus shows. Perry é despojada, espontânea. O que volta ao tópico acima. O que é mais importante? Até aonde a organicidade é boa - ou, numa alusão às bandas dos anos 70, considerada uma arte? Eu gosto da voz de Perry e Gaga ao vivo. Cantam bem (não são uma Beyoncé, mas cantam bem).
Gaga é metricamente perfeita. Ou pelo menos essa é a intenção. Às vezes pode ficar um show carregado. Um erro pode detonar toda uma estrutura. E o show em si. E aí que a perfeição torna-se uma inimiga. Entretanto, tanta métrica e perfeição podem fazer um show entrar para a história (como no MTV Music Awards, em que o mundo ficou chocado com a apresentação de Paparazzi).
Gaga parece ser mais obcecada com a fama do que Perry, que de vez em quando parece estar aí para se divertir somente. E as duas coisas podem favorecer um artista. E aí?
Pro lado de Perry pende a beleza estonteante. Se tiver um show dela eu vou na primeira fila, só pra ficar vendo aquela mulher o tempo todo, sem nem prestar atenção na música. E também pesa o fato dela ser noiva de Russell Brand, o melhor comediante da Inglaterra - e grande camarada do nosso querido Noel Gallagher.
Pro lado de Gaga pesa a sua formação musical clássica, que lhe deu, dá e dará praticamente 100% de controle em suas composições. E de fato parece que Lady Gaga tem o controle de tudo, já Perry parece que não.
Gaga tem o apoio incondicional da comunidade gay mundial - o que ajudou bastante a alavancar sua carreira -, enquanto Perry tem a fascinação do público masculino hétero.

Pra concluir, penso que as duas são estrelas, têm ótimas músicas e muita coisa pela frente. Vejo Gaga na frente, falando de um futuro como ícone pop a la Madonna e Michal Jackson, tanto pelo seu estilo de levar a vida e a carreira, que volta e meia se confundem, como pelo fato de Gaga ter mais músicas consagradas. Os videoclipes ajudaram bastante, é verdade. Mas Perry também tem possibilidades de consagrar-se como uma estrela de primeiro escalão.

Abaixo os vídeos - das apresentações ao vivo que mais gosto das músicas que mais gosto de cada uma - mostram a diferença entre Gaga e Perry: espontaneidade.




terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eleições 2010 - parte 1

Eu tive um grande medo na minha vida: soar/parecer babaca quando o assunto é revolta. Revoltado - nunca fui. Acho que nunca serei. Claro que há aquela época em que ser revoltado é ser alguém - terceiro ano de escola e início de faculdade. Mas o engraçado é que eu até cheguei perto de algo como rebelde no terceiro ano, mas quando entrei na faculdade eu fiquei com raiva dos revoltados, com ÓDIO dos esquerdistas e che-guevaristas da faculdade. Foi um erro, em parte. Eu não posso ter raiva do Che nem da esquerda. Eles são meus irmãos, meus amigos. Não inimigos. Muitos estão ou são doentes, é claro, mas mesmo assim continuam a serem irmãos. Eles se consideram artistas do pensamento, e eu também. Não da mesma forma, mas no fim tudo é a mesma coisa. Então já comecei mal. Mas eu tenho, sim, de ter raiva de quem usa o nome do Che em vão, de quem não é Che, mas gosta de usar barba grande. E nem gostar de Los Hermanos gosta. Aí é duro de engolir. E não deve ser engolido - NÓS NÃO DEVEMOS ENGOLIR. Claro que não. Devemos hostilizar quem usa o nome de Che em vão.
Eu quero deixar minha barba crescer um pouco, quero ter a fase da barba. Mas tá difícil, ela não cresce muito legal, parece barba de criança, os famosos pentelhos na cara. Daí eu faço a barba sempre, e parece que eu sou da direita. Mas não é bem assim. Até porque é muito difícil, hoje em dia, ser de esquerda ou de direita. O José Serra disse que o PSDB é o partido de esquerda desde que Lula entrou e que o PT é de direita. Aí me confunde as idéias. Porra. Quem é quem, quem é o quê, caralho? Fica foda pra uma criança de 10 anos entender esta porra. Até pra mim, que tenho um pouco mais que isso. Mas voltando, eu queria ser do centro. Mas não tem partido centralista no Brasil. Nem no mundo, porque NÃO EXISTE UM POLÍTICO CENTRALISTA, muito menos um partido. Aí eu me fodo de novo. E nego fica puto quando eu digo que vou votar no Tiririca este ano. Mas pô, o que eu faço? Vou, sim, votar na Dilma. Morram se não gostarem, não comentem isso aqui embaixo, por favor, é muito chato quando alguém quer me convencer a votar no Serra ou na Mendiga Silva. A política do Lula é boa pra classe média e eu sou classe média; e pelo menos os pobres morrem menos de fome com os programas populistas - e é com o populismo que o Lula ganha as eleições. E por causa da classe média consciente (porque há os filhos da puta que são da classe média e vão votar no Serra, pra ele fuder a classe média como fez o FHC. A classe média, i.e., o país). Nada mal o Lula ficar 16 anos no poder, hein? Isso se ele não botar a Dilma aí 8 anos e voltar pra ficar mais 8. 24 anos no poder. Quase um 2° golpe militar - em questão de tempo de poder, até mais do que a ditadura militar ficou -, só que por pura e espontânea vontade do povo. Quase um sonho? É, mas a Dilma tem um cabelo muito bizarro. E acho até engraçado ela ter sido uma terrorista na época da Ditadura (não estou afirmando nada, foi só aquele famooooso e-mail que meio mundo recebeu), porque ela era engajada. Sacanagem, eu não gosto de muito "engajamento", não é por causa disso. Zé Dirceu também era, e tá aí um dos câncer's que o Brasil teve nos últimos anos.

Sabe uma coisa fudida? Falar de política não é chato, mas aqui no Brasil é um saco, é broxante. A não ser quando o tiririca é candidato. Aposto que menos de 60% das pessoas que leram este texto inteiro (contando que algumas pessoas não vão acabar de lê-lo) não gostaram do texto. Foda-se, você leu o título e começou a ler. Quando há "Eleições" é porque o tópico é política. Se tu leu achando que é outra coisa és um animal. Foi mal aí qualquer coisa. Fui.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Alejandro

"Eu não sou homem, não sou mulher. Sou hermafrodita." Claro que não. Mas ela não consegue, nunca conseguiu e possivelmente não conseguirá se sentir mulher. Porque ela não é.

Lady Gaga. A vascaína - ou anti-vascaína, não se sabe, com relação a isto ela é meio indecisa - finalmente se libertou. Saiu do armário de vez, jogou a personalidade pouco sincera na sarjeta.

"I know tha we are young, and I know you may love me. But I just can't be with you like this anymore, Alejandro."

Pronto. Jogou fora, pois ela não conseguia mais viver daquele jeito. Ela é Alejandro, ela é Alejandro. Gaga não é mulher por dentro. Gaga é um homem gay dentro da pele de uma mulher. ["But her boyfriend's like a dead, just like a dead/ Draw those flames that burned before him/ Now he's gonna fire fight, got cool the bad"} É evidente, não precisava nem ela dizer - como ela já o fez. Daí minha teoria que Gaga não é Vasco, é Fluminense.

Gaga não era completa enquanto se escondia. ["At this point I've gotta choose, nothing to lose"] Agora eu estou muito curioso pra ouvir as próximas coisas que ela fará. É outra pessoa, outra artista.

Fernando, Roberto. Outros alter-egos ou os desejos de Alejandro-Gaga? Possibilidades, mas sem certezas. Acho que os dois, de repente.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

El Loco Botafogo

São 17 clubes no currículo de El Loco Abreu. Quem acha isso muito? Eu acho normal. Ele nunca teve "O CLUBE". Ok, tem o Nacional lá no Uruguai, mas não parece paixão. Ok, parece paixão, mas não é o máximo que este grande homem e ídolo pode dar a um clube.

Meu ponto com este post é claro. É pra falar de uma mística que uniu El Loco e Botafogo.

Botafogo é um clube diferente. Mas seus torcedores me irritam muitas vezes. Eles se levam muito a sério, levam a instituição como sinônimo de superstição ao máximo. E a cegueira é inevitável, óbvio. Isto é ruim, botafoguense. O choro, arma de qualquer botafoguense, também é desnecessário. Enfim.

Voltemos ao Loco. Minha teoria de que o Botafogo é diferente se prova com ele. Depois de ser tri-vice do Flamengo, logo no ano que o Loco chega a fila anda. Botafogo campeão levando os dois turnos. Pênalti cobrado com cavadinha na final. Festa da torcida e idolatria ao Loco.

Ou seja: O Botafogo precisa de um jogador místico para manter seu misticismo.

Loco passou por 17 times. Mais de um clube por ano de carreira. E logo no Botafogo o cara se estabiliza. Torna-se ídolo de torcedores de outros clubes - como eu - e, de quebra, faz uma campanha histórica com o Uruguai na Copa. E contra Gana, no MELHOR jogo da Copa, que foi decidido nos pênaltis, lá estava a cavadinha de novo. Coisa mais linda da Copa, por sinal.

Tenho a sensação de amar El Loco. Soy Loco por tí, chico. Gracias.

Quanto ao Botafogo, Garrincha, Nilton Santos e Didi agradecem jogadores como El Loco. Eles mantém a mística botafoguense, o que é, sim, uma instituição. Alguns babacas dizem "ele nem joga muito bem, meio bonde, né..." e eu respondo "vai tomar no cu". Só isso. Já basta. Não gosto de pensamento pequeno.

Ih! Fudeu! El Loco Abreu!

sábado, 24 de julho de 2010

O lado ruim das coisas

Seria mais ou menos como se eu pedisse pra você sempre enxergar o lado bom. Não das coisas, mas das pessoas; dos animais; do tempo.
Eu colocaria uma manta no seu corpo, e este, quente, começaria a suar. A água iria deixar a manta escura, e assim você conseguiria dormir. Porque você só dorme no escuro. E está claro fora da manta. Só que logo depois você acorda, pois está calor. E aí você decide: "vou fazer um café, de repente", ou seja, não dormir.

Quase isso.

Eu não vou pedir para ninguém ver o lado bom das coisas. Eu, na verdade, quero insistir para que você veja o lado ruim de tudo. Quero ser seu diabinho.

Você acorda às 7. Você está com sono, pois dormiu às 4. Que merda. Mas você tem que levantar e ir pra aula, ou trabalhar. Chega a hora do almoço e você vai comer na rua. A comida da rua é uma merda - isso é um ponto que eu insisto: comer na rua é uma merda. Mas não dá pra voltar pra casa, então você come na rua. Depois de comer você quer dormir, mas, a não ser que você seja um mendigo, você não pode dormir, porque você está na rua. Na rua. Então você volta pro trabalho e atura um babaca que sabe três vezes menos do que você. Que se acha alguma coisa, mas os olhos daquele idiota mostram que ele é um ser reles, que puxa o saco de um e arranca o de outros. Como ele tenta arrancar o seu. Você pode deixar ou não. Vamos supor que você seja otário - ou fraco - e deixe. Ok. Agora você está puto, estressado e na rua. E ainda são 17:30. Você sai do trabalho às 19:00 e se fode. O trânsito está um cocô. Você se fode mais ainda porque volta a pé no ônibus. Chega em casa às 20:15, morto, fedendo, faminto. Você toma banho, vê alguma coisa na internet, come e deita um pouco, de repente pra ler um livro. FUDEU! Ainda são 22:oo de sexta-feira e ninguém quer fazer nada. Ou quer fazer uma coisa muito agitada estilo "ainda estou no meu terceiro ano de colégio". E você se fode novamente. Reparou quantas vezes você se fode em apenas um dia? Essa é a "idéia". Ou, pelo menos, o ideal neste caso. Porque a ordem é VER O LADO RUIM DAS COISAS. Continuando com essa ordem, você decide abrir o msn. Só gente chata, nada legal, seu sapato acaba de ser jogado pela sua mãe em seu quarto, pois sapato não pode ficar na sala. E então você olha no relógio. São 23:00. Ocorre-te que ela esteja em casa. Você liga, e ela não atende (como sempre). Você decide ir dormir, foda-se, mas pouco tempo depois ela liga. "Vem aqui pra casa"; ou então "quero te ver, vamos tomar uma cerveja?" Você pensa e responde "só se for agora". Pronto. Se fudeu o dia todo, mas tá lá uma coisa que nem o ato de VER O LADO RUIM DAS COISAS te tira. O gostar de alguém.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Internet

Essa vai pra quem tem twitter.

Quando surgiu, dividiu opiniões. Uns apoiavam, outros achavam inútil. Se você acha inútil, o (a) inútil é você. Não entre por este mérito infantil, por favor. Mas, pensando bem, talvez quem ache o twitter inútil tenha razão. Apenas houve uma falha de comunicação, pois é twitter é lugar de inútil. Aí, sim. Concordamos em número, gênero e grau. Se eu sou um cara inútil, vou twittar o dia inteiro. Óbvio. Pois quero que você também seja inútil, assim como eu. E ser inútil não é ruim. Não do meu ponto de vista. Agora, o inútil empresarial é mais cruel.

Inú-tel! Nós somos Inú-tel!
Inú-tel! Nós somos Inú-tel!

Mas o twitter também cria mostrinhos. O exemplo mais forte do momento: Felipe Neto. Acho legal o canal dele no youtube, o "Não Faz Sentido". O cara é divertido, tem um bom texto, tem idéias - o que, hoje em dia, é escasso. Mas isso tudo não encobre o fato de que Felipe Neto é um pouco hipócrita. Seu programa sobre Trolls (Trolls são aquelas pessoas que só falam mal dos outros na internet, mas não mostram a cara), por exemplo, é totalmente desnecessário - e, sim, um pouco hipócrita. Ele, de certa forma, é um Troll. Só que um Troll que mostra a cara. Grande coisa, eu também faço isso. Na descrição do meu blog está a minha foto, o meu e-mail, o meu facebook. Todos sabem quem sou eu, Rodrigo Viegas. Felipe Neto fez um programa falando mal de Justin Bieber. Discordei. Ri um pouco, mas achei forçado. O cara não gosta de Justin Bieber, tá legal, o moleque tem um estilinho meio escroto à primeira vista. Mas não se pode negar o talento do rapaz. Não se pode negar que grandes gênios da música também começaram como bibelôs de meninas de 13 anos retardadas mentais - porque TODAS as meninas e TODOS os meninos de 13 anos são retardados mentais. Rappers renomados como Usher e Ludacris acreditam e apostam no moleque. É todo mundo idiota, por conseguinte? Claro que não. No vídeo sobre Justin, Felipe Neto dá uma de Troll. Aí a coisa começa a me irritar e eu começo a implicar com uma criatura dessas.

Outro ponto são os blogs. Hoje em dia, se você não tem blog de humor, você tá perdendo seu tempo. Vai se fuder. E os "humoristas" dos blogs são aqueles engraçadinhos do twitter. Dá um tempo, Antônio Tabet (kibeloco). Dá um tempo, Rodrigo Fernandes (jacaré banguela). Vocês são comediantes mesmo? Então façam um texto e subam no palco. Encarem o público. Encarem a luz, encarem os bêbados de um bar, encarem as dificuldades que um comediante stand up - que os engraçadinhos do Antônio Tabet e do Felipe Neto tanto criticam - passam. Não é corporativismo, longe disso. Eu tenho texto de stand up, algumas apresentações no currículo, mas não posso me declarar um comediante stand up. Sou ator; comediante, não. Mas pelo menos sei que é duro ser um.

É isso aí. Agora vou tomar cuidado para que o mundo não seja dominado pelas sub-celebridades e pelos "humoristas" do momento. Os blogueiros que citei acima são engraçados. Mas poderiam ser menos babacas, menos globais, menos empresariais.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Com amor

Eu insisto em algumas coisas. Algumas coisas de amor. Eu vou pra lugar nenhum, mas a questão do amor insiste em aparecer naqueles dias que eu não gostaria de pensar sobre isso.

Pense no dia que alguém te dê um coração. Pense, agora, literalmente. Você precisa de um coração para viver, e rápido. Alguma pessoa, sabe-se lá aonde, acaba de morrer. O coração dela vai salvar sua vida. O que você é depois dessa cirurgia? Você? Não use metáforas agora. Eu não as uso para falar de amor.

Quem usa metáfora para falar de amor são os poetas e romancistas dos últimos séculos. Vinícius de Morais, Victor Hugo e alguns outros. Mas eles tinham a limitação de falar do amor que eles sentiam por mulheres (ou homens), ou pais, ou irmãos, ou à ALGUMA PESSOA. Ninguém tem coragem de falar sobre amor? Esse amor de mulher-homem, etc., acaba. E aí? A poeta se mata, certo? Não. Fica na glória ainda. Ele cria a glória de empresa, a glória limitação.

Quero apresentar o amor. O amor de amar mesmo. Amar por amar, você é capaz? Se é, tem coragem? Eu amo pra chorar, eu choro pra expressar o meu lado humano. A empresa maquinizou os sentimentos. O seu lado humano está cada vez mais obscuro. O meu não. Ainda fica flutuando entre sentimentos, coisas que tocam. Músicas, momentos, filmes, óperas, peças de teatro, livros, palavras. O amor que eu dou ao mundo eu demonstro, em boa parte, nas lágrimas que faço questão que escorram do meu rosto. E ainda vou fazer por muito tempo. E isso é por você. Una-se a mim.

Tente imaginar o mundo que Lennon imaginou. E sabe o que mais é nojento? Quem pensa nisso com um pé atrás. "É impossível", "É utopia", "É coisa de vagabundo", "Não perco meu tempo", "Tenho que trabalhar", "Tenho que ter minha vida e não pensar em amor ou em mundo. Eu sou meu mundo, minha empresa é meu mundo, minha vida". Se você pensa de alguma das formas acima, pare de ler o blog agora. Não é pra você.





Eu te pergunto: Are we human? Or are we dancer?

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Less Than Zero - Downey Jr,



Less Than Zero. Abaixo de zero, ou seja, nada. Se era pouco, agora é nada. Pouco era ruim, mas nada é pior. Talvez caiba uma improvisação de Julian livre das drogas. De Julian sem dar problemas. De Downey Jr. jamais ter usado drogas. De o companheiro X ter uma bela namorada, Y. Só que X tem cara de mongol. A amiga insuportável de a Y, que se acha mais bonita que Y, diz invejosamente que o namorado dela tem cara de mongol. Ela diz "Pára, amiga. Não fala assim dele, vai... Ele é fofo". Só que Y sabe que ele tem cara de mongol. Antes de dormir, ela chega à conclusão óbvia: quando ela admitir para si mesma que X tem cara de mongol, é porque o namoro está ruindo. Voltando a Julian, o rapaz já não dorme. Prostitui-se por pó. Vira uma bicha. Faggot. E agora ele não pode voltar. Seus amigos acham que ele pode, mas se ele voltasse o filme tomaria um rumo detestável, deplorável, auto-destrutivo. Ainda que eu tenha certeza que a única coisa realmente boa do filme é a atuação impecável de Downey Jr., eu não suportaria a idéia de ter perdido quase duas horas vendo o filme se ele se salvasse. Ele se deformou. E não teve nenhuma espécie de auto-intervenção. Era balela, lenga lega, estória para boi dormir. Ele não queria o pai de volta. O pai poderia morrer, como a mãe. Tanto faz. Ou não.
Pensemos numa possível deformação de Julian. Ele é um rapaz que vai pra faculdade. Futuro promissor. Julian se forma, arruma um ótimo emprego. Aos 40 anos, já com 15 anos de empresa, decide se matar. Não se mata. Mas queria ter se matado. Faz algo melhor. Daí há duas possibilidades:
1- Julian torna-se um viciado aos 40 anos mesmo e se deteriora por completo em apenas 2 anos.
2- Julian constrói uma máquina do tempo, volta no tempo, torna-se um viciado. Mas antes mata seu pai, seus dois amigos, Clay e Blair, seus professores da faculdade e seus chefes na empresa. Detalhe: Julian volta no tempo com seu corpo de 40 anos.

Vejam o filme Less Than Zero. Quaisquer falhas na direção, roteiro, som e edição são mera coincidência. Foco em Downey Jr. Próximo Passo: Chaplin.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Isso, aquilo...

Eu poderia postar uns 40 textos para tentar explicar o que senti por ela. Eu escreveria, escreveria, enrolaria, mas jamais - digo jamais muito consciente - conseguiria expressar com palavras isso.
Isso? O que seria isso? Também não sei. Já me falaram que foi amor, paixão, bobeira, mas nunca traduziram perfeitamente o que senti por ela. Senti, apenas, não. Respirei, pensei, chorei, me perguntei o porquê disso estar acontecendo comigo. Os motivos nunca ficaram explícitos, mas houve uma hora que eu simplesmente parei de me perguntar. Chega de perguntas e respostas, melhor será assim. Ficar perguntando e respondendo, para mim, não era vivê-la.
Eu nunca me desiludi. Nunca tentei, nunca consegui ela. Nunca pensei numa coisa maior do que isso. Minhas vontades ficavam atadas, minha moral abalada, minha auto-estima baixa, infinitamente contrária à minha inspiração, que não tinha limites. Falar de amor comigo era falar de sacanagem. Alguém falava de amor e eu simplesmente não conseguia acompanhar. Eu já tinha amado, mas o que eu senti não era amor. Não mesmo. Era maior, muito maior. Era puro, sincero, nobre, honesto, sem cobrança, sem expectativa a curto prazo. Quem ama tem expectativa a curto prazo. Eu não tinha. Eu sentia isso como uma criança de cinco anos ama. Sem maldade, sem sacanagem.
Todos os benditos dias daquele ano eu a via, no esplendor da minha não expectativa. Da minha vontade de vê-la, só pra começar o dia. Se eu não a via o meu dia começava mal. Eu sabia: meu dia começou mal do cú, e a tendência era que ele acabasse ainda pior do cú. Muitas desculpas foram usadas só para vê-la. Tenho uma lista do tamanho de um mar de desculpas que usei para vê-la, fazê-la rir, fazê-la olhar pra mim, pois eu a forçava olhar para mim todos os dias. E ela gostava. Nem 000,1% do que eu gostava, mas gostava. E ninguém pode dizer o contrário. Se diz é porque quer me sacanear.
Um beijo recusado numa noite atípica. Foi o que eu pude fazer para me manter moral, para me manter homem. E, como eu já disse aqui, eu sou moral. Eu tenho essa porra dessa moral até o cu da alma. E quem pensa diferente, na verdade, não pensa. Fala que pensa. E momentos como os que aconteceram nessa noite atípica, por exemplo, comprovam que eu sou mais. Não mais que ela, pois eu nunca cobrei nada em cima disso.
Eu não a tenho, nunca a tive e jamais a terei. E ligo pra isso? Nunca liguei. E isso é até um sintoma de que os meus dias tendem a ficar mal do cú desde o princípio do próprio, pois eu não a vejo todos os dias, às 7 da manhã. É a vida.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Modo de vida

Personificações do "Modo de vida: 171".

O caso clássico: Se fazer de louco. Ser o loucão da parada. Acordar como louco, comer como louco, se tornar o loucão dentro dos amigos antigos, ser o loucão da faculdade, transar como um louco, se vestir como um louco, andar como um louco. Mentira. Personagem. Quem é louco não é assim. Quem é louco é diferente.

Ser, de fato, louco: Acordar feliz, ficar triste do nada, andar pela sala, fazer ginástica, lamentar quem lê jornal, ou seja, desgraça, perturbar-se com barulhos alheios, como obras e o baterista de merda do andar de cima, agraciar as pessoas que se ama com um bom humor pouco comum - afinal, o mundo está na fossa -, propor idéias artisticamente brilhantes, levar em consideração os fatores mais irrelevantes da vida, como o próprio azar, considerar a vida uma pérola, achar Deus um ignorante - considerando, claro, que ele existe -, fazer pão em casa, tomar cerveja vendo filme cult, viajar sozinho.

Pronto.

Alcança-se um paralelo do desgraçado e o engraçado. O engraçado é aquele que não é louco, mas se passa de louco para se dar bem, para ser diferente, para dar a bunda, para ser vanguarda, para ser modernista, para ser relesmundo, para enfeitar a vida com literatura clássica, para perturbar a vida alheia, para se alimentar de nada. Nada mesmo. Viver é uma questão de méritos, não apenas de "ser acomodado" ou "alienado". Invenções da massa. Massa. Massa. Isto é massa. Este infeliz se culpa dia inteiro por ter fumado maconha no dia anterior.

Desgraçado, coitado, é quem não tem graça. Tampouco compreende o por que dele ser um louco, mas sabe que é louco mesmo. Não graça de gracinha, piada, mas graça divina. Não divina de Deus, mas das forças do universo. Estas conspiram contra o desgraçado. Ele tenta, tentou e tentará a vida inteira apenas uma coisa: não incomodar ninguém. Desde que não seja incomodado. Ele não quer gostar de alguma coisa para que os outros gostem dele. Ele não quer saber dos outros, desde que os outros o deixem em paz. Por causa disso, por ter que sorrir sempre, ele é o desgraçado. E sempre será.

Mas tem gente que nasce com complexo de desgraçado-engraçado. Essas pessoas se matam antes dos 30 anos. Elas não tem vida; tem carma. Carma mesmo, daqueles que nem santo cura. Porra nenhuma cura. Só a morte. Mas não uma morte discreta. Foda-se esperar 80 anos pra morrer. Tem que chocar. Tem que abalar. Tem que ser feio mesmo. Foda-se papai, mamãe e quem fica. Ninguém pensaria duas vezes se estivesse no lugar do desgraçado-engraçado. Ele não suporta e...

Karma Police

Arrest this man, he talks in maths / He buzzes like a fridge, he´s like a detuned radio

Karma Police

Arrest this girl, her Hitler hairdo / Is making me feel ill, and we have crashed her party

domingo, 25 de abril de 2010

Personificação de fuder o dia no cú

Tudo aqui basear-se-á numa estória nojenta, porca, imunda.

Meu guru ideológico, 'FGM', chegou ao bar, num dia normal de bar, contando a seguinte estória: "Estava na rua quando um cara me parou. Ele estava desesperado, nitidamente. Ele me pediu carona para levar sua mulher até o hospital mais próximo, pois o neném deles estava para nascer. Eu disse que não teria como levá-los, então ele me pediu dinheiro. Eu dei 10 reais, pois aquele cara estava sendo verdadeiro. Ou, na pior das hipóteses, ele é um belo ator, então ele mereceu o dinheiro, mesmo se fosse mentira." Semana que passa, 'FGM' me manda um tweet explicando que seu pai fora abordado pelo mesmo cara com o mesmo golpe. Mal estar geral. Momento descrença abate a mim e a 'FGM'.

Aquilo fudeu o nosso dia no cú. Entrou fundo, sem areia. Foi a personificação dos maus tratos que não desejamos passar. Nós, apesar de cremos que não muitas vezes, temos moral. A gente luta todos os dias contra isso. Acordamos e dormimos pensando nisso. Só que o atorzinho de quinta não compra nem KY pra tentar amortecer a queda, acalmar nossos nervos, amaciar a vassourada que ele mete no cú do nosso dia e, por que não, da nossa semana toda. O cara não teve a consideração de fuder o cú do dia de alguém em outro bairro, outra rua. Os dois foram abordados praticamente no mesmo lugar. Ele não se interessa se a máscara cai. E ele vai insistir mais vezes, pois a moral não significa pra ele o que significa para mim e para 'FGM'.

Eu até gostaria de entrar no mérito se o que ele faz é culpa dele ou não, mas soaria muito modernista pra mim. Fuck you, atorzinho.

Acho que a literatura fode menos o dia no cú do que esse fato. O atorzinho não deixa que ninguém o compare com os outros. Ele quer fuder o meu dia no cú mais do que qualquer um ou qualquer coisa.

Fiquei pensando em pessoas essa semana. Pensei muito em McCartney, Harrison e Lennon. E também pensei como o dia de algum deles poderia ser fudido no cú.

O de McCartney: dia de gravações do Sgt. Pepper's. Paul liga para John e pergunta: "Cadê você, cara? Todo mundo tá aqui já. E você?" E John responde: "Vai ser foda de ir, cara. Tô morgadão aqui na cama. Bateu um desânimo fudido. Não aguento mais a Chyntia, minha vida, minha fama, enfim, não aguento mais nada. Amanhã eu gravo, relaxa." Paul finaliza: "Obrigado, John. Você acaba de fuder o meu dia no cú. Obrigado mesmo."

O de Lennon: Paul tenta impor liderança. Paul tenta controlar tudo. Paul caga para George e para John. "Um não quer porra nenhuma, só reclamar; o outro não é Lennon/McCartney, infelizmente para ele, claro". John chega no estúdio para gravar e se depara com Paul falando alto, indo de um lado para o outro, gritando com os engenheiros, querendo produzir junto com Martin. Quando Paul entra no estúdio para gravar algum take, John pega o microfone e fala para Paul: "Obrigado, hein, cara. Você acaba de fuder o meu dia no cú. Sem lumbrificante." E vai embora.

O de Harrison: Sempre que ele tenta dar uma opinião, Paul e John se entreolham. Isso fode muito o dia dele no cú. Fode sem noção mesmo. Sem escrúpulos. Pensa: "Happiness is a warm gun."


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sgt. Pepper Lonely Rebolation Hearts Club Band

Somos a banda do sargento pimenta; Não queremos vocês, imundos. Não queremos o reles, o público, a gritaria, a sobriedade. Nós queremos ser da Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band. Nós queremos ser da banda que não depende de ninguém, senão de nossos talentos. Talvez as droguinhas ajudem a nós, os drogaditos, a entendermos por que temos de fazer shows para todos esses imundos.


Beatles para o público: vocês não nos amam. Vocês nos querem pra vocês, como um souvenir. Porcos. Imundos. Porcos. Imundos.

John Lennon para McCartney: Você não me ama. Você me quer pra você, como um souvenir. Porco. Imundo. Porquinha dos infernos. Pode ficar com a Lucy com você.

Lennon para Harrison: Vai tomar no teu cu e fica na sua, sub-raça. Sub-banda, menorzinho, pequenino. Você tem piru pequeno, ouviu?

Lennon para Starr: Te amo, cara. Sério. Te amo. We all live in a yellow submarine, yellow submarine, yellow submarine.

Starr para Lennon, McCartney e Harrison: Amo vocês as well. We all live in a yellow submarine. Yeah.

McCartney para Lennon: Vai se fuder, seu marrentinho de merda. Eu sou mais talentoso que você. Eu faço as baladinhas boladas. Eu faço as linhas de baixo hipnotizantes. E você? Só grita que nem um doido. Lame, lame... Fucker!

Harrison para Lennon: Eu quero ser alguém também, senhor. Eu quero ser maior do que sou, pois sei que tenho material. Olha meu material ao menos, chefia. Por favor.

Harrison para McCartney: O chefe tá bolado. O que faremos?

McCartney para Harrison: Começaremos a fazer música, finalmente. Fique ao meu lado. Tem coragem?

Harrison para McCartney: Fuck off.

“All the lonely people, where do they all come from?
All the lonely people, where do they all belong?

Father McKenzie writing the words of a sermon that no one will hear

No one comes here

Look at him working, darning his socks in the night when there's nobody there

Who does he care?"

“Paul McCartney é morto num acidente de moto”

Lennon: Beleza. Vamos explorar isso até a banda acabar, Paul. Você não é o câncer. É só que eu ando meio bolado.

McCartney: Então vamos lá. E quem disse que eu não morri? Ou não. Quem sabe? Como saberemos?

“He blew his mind out in a car
He didn't notice that the lights had changed
A crowd of people stood and stared
They'd seen his face before
Nobody was really sure if he was from the House of Lords.

Lennon: Perdeu a cabeça, Paul? So, let’s get wasted.

“Follow her down to a bridge by a fountain

Where rocking horse people eat marshmallow pies
Everyone smiles as you drift past the flowers
That grow so incredibly high

Lucy in the sky with diamonds

Lucy in the sky with diamonds

Lucy in the sky with diamonds”

McCartney: Pode perder a linha assim, ditadorzinho? Então eu vou perder também.

“I'm painting the room in a colorful way

And when my mind is wandering
There I will go.

And it really doesn't matter if I'm wrong I'm right
Where I belong I'm right
Where I belong.
Silly people run around they worry me
And never ask me why they don't get past my door.”


Melhor coisa que aconteceu na carreira dos Beatles foi o fato deles não fazerem mais shows a partir de 66. Ali, finalmente, a coisa começa a andar - e parar de engatinhar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Improviso

A programação que fiz no início do Estórias para o mesmo acabou. Eu acabei com ela aos poucos. Posso dizer que os assuntos abordados antigamente (saudosismo modernista) ainda serão abordados, só que de forma descontrolada. Só no improviso.

Sábado, vida que sacaneia vida. É assim. Saudoso aparece no bar, planta-se um enorme bem-estar entre todos. Talvez um pouco apagado por Rocket Queen, mas isso não abalou. O nosso bem estar fica garantido por uma noite longa. E às 6:15, o alterego de Thom Yorke me faz crer cada vez mais na vida.

"You all I need
You all I need
I'm in the middle of your picture
Lying in the reeds"

Eu creio na vida e creio na improvisação. Gosto mais da improvisação do que do texto. Eu, na verdade, não acredito no texto. Ele é pequenino. Foda-se o texto. Viva o Amor, amor, love, All we need is love.

Posso viver um dia de cada vez. Alterego também pode, e ele assim o quer. Ele assim sobrevive, e ele sobrevivendo eu sobrevivo também. Mesmo na improvisação. A sobrevivência baseia-se na improvisação, porque a improvisação é mais importante que o texto.

"There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say, but you can learn how the play the game
It's easy"

terça-feira, 6 de abril de 2010

E o RJ continua lindo...

Quer você queira ou não – ou até mesmo São Pedro –, o Rio de Janeiro continuará lindo até que o mundo se acabe de vez. O pontapé foi dado, e quem se importa? Eu não.
Não conseguiram estragar com as belezas do Rio de Janeiro por mais de quinhentos anos, então presumo que não será agora.

“Eu queria um barquinho, doutor
Poder navegar pelo rio
Alcançar o peixe suculento
Sem me preocupar se volto ou não”

Há poucos anos atrás eu tinha um orgulho imenso de ser carioca. E tinha nojo de ser brasileiro. Conforme as águas passaram pelo Rio, desisti de pensar dessa forma. Eu tinha orgulho de ser carioca por causa da poética. A poética do Rio de Janeiro está nos bares, mas hoje não dá pra ir. Motivo? Estão todos fechados por causa da chuva.
Sem querer me preocupar demais com questões ideológicas, ressalto imediatamente que o Brasil é subestimado. Mal tratado, mal interpretado, mal freqüentado. Minha obrigação é amá-lo. Nunca a frase ditatorial “Ame-o ou deixe-o” fez sentido pra mim. Hoje ela se apresenta mais clara do que qualquer frase já dita na história desta colônia. Hoje a ditadura se apresenta menos inoportuna pra mim. Não que eu tenha vivido à época, mas houve uma tentativa de vanguarda ali que deve ser respeitada.
O Rio de Janeiro não decepciona quem vem ver, mas impressiona quem tenta amar as coisas que um dia já foram exaltadas por poetas medianos. Não sei por quê, mas tenho a impressão que seria um poeta boêmio mediano se tivesse nascido na década de 30. E vangloriaria o Rio até morrer. Era fácil ser um poeta mediano. Passar o dia inteiro no bar bebendo uísque e cerveja à vontade. Depois, bastava enaltecer aquela gostosa que passava pela rua, ou o pôr-do-sol diário, claro, em palavras bonitas e de efeito. Moleza.
Eduardo Paes, Sergio Cabral e eu. Um trio parada dura. Tentamos a todo o custo malhar o Rio como podemos. Mas às vezes não conseguimos suficientemente. É preciso olhar pra dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas para espiar a lógica da nossa cidade. Lama, lama, lama. Como uma invenção do século XV, a segurança dos atos é inapropriada até para mim, que sou um relesmundo. Mas eu gostaria, um dia, de me afogar na Lagoa Rodrigo de Freitas. Queria me afogar de tanto nadar. Depois aparecer no jornal pálido e com frio dizendo: “amanhã eu estou aqui de novo, esse calor não dá!”.

“Tinha chuva,
Choveu
Nessa hora
A cidade desapareceu”

sábado, 3 de abril de 2010

Inversão de valores

Chego para almoçar numa churrascaria. Uma mesa grande ao centro aponta um grupo de gringos. Vem carne, linguiça, frango. Mas o silêncio não. Tudo bem, almoço num sábado de páscoa nunca será calado. Embalados com caipirinha, os gringos começam a cantarolar numa língua que não identifiquei. Italiano? Grande parte do restaurante acha isso simpático. Eu não. Eu acho a pior das putarias. Uma putaria escrota de engolir. Uma putaria dos diabos, digna de chacinas. Uma putaria sem precedentes. Fico com raiva. A partir desse ponto eu sou o antipático, o que não é receptivo, o que estraga o Rio de Janeiro, pois o turismo é importante para a economia. "Eles vêm aqui sempre, oras!". Eu quero que eles não venham mais. Fechem os portos, acabem com os voos internacionais, sejamos antipáticos, mal-humorados e ranzinzas. Declaremos o fim do ser carioca-otário. Prefiro morrer de fome, mas em paz. Eles gritam no meio do meu almoço a vontade. Todos acham simpático, espontâneo, engraçadinho. "Olha, os gringos não são tão frios, afinal". Fuck you, gringos. Fuck you. Eu não grito nem cantarolo no seu país, muito menos no almoço de vocês, bastardos gloriosos. Vocês cantarolam no meio do meu almoço porque vocês pensam "We have to mess with BRAZIL; we have to FUCK BRAZIL away". E a minha resposta é parafraseando Axl Rose: I don't give a fuck.

Ou melhor, não declaremos nada. Ser carioca é, cada dia mais, ser otário.

terça-feira, 30 de março de 2010

Ter o que falar

Primeiro passo de uma banda: Ter o que falar. Ter um discurso. Se não, tudo passa, e a música torna-se obsoleta.

1994: Cenário da música mundial: Nirvana quebra tudo. Guns N' Roses acabara de terminar (na prática), e já não havia uma banda, a não ser a de Kurt Cobain, que vinha cheia de atitude, idéias e DEPRESSÃO. Sim, depressão maquiada nas melodias empolgantes. Era a banda dos extremos. Pouco tempo depois, Cobain se mata. E aí, como ficam as coisas?

Fator sorte: Na Inglaterra, o Oasis lança seu primeiro disco, chamado Definitely Maybe. Por que foi a sensação? Porque o Oasis jogou a depressão no ralo quando disse em seu primeiro single "Rock 'n' Roll Star": "Tonight, I'm a Rock 'n' Roll Star!". A juventude, até então depressiva e carente, vê no Oasis a sua área de escape perfeita.

Fator inteligência: O segundo disco do Oasis sai um ano depois. Os garotos de Manchester estão rumo ao topo, e o nome do disco, "(What's The Story?) Morning Glory" é uma perspectiva daquilo tudo que estava acontecendo com eles: "Estamos rumo ao topo, perto dele, e agora, com essa pérola, encheremos estádio e chegaremos ao topo.

Fator azar: No terceiro disco, infelizmente, o Oasis não tem mais o que dizer. O que fica? O talento para compor "Stand By Me", "All Around The World", "Don't Go Away" e etc.

Fator conformismo: Noel Gallagher, um dos músicos mais inteligentes de seu tempo, sabe que o Oasis não tem nada de novo - tampouco relevante. Ele assume que a partir de 1999, o Oasis faria músicas de melodias envolventes e letras quase burocráticas, com exceção de algumas raridades poéticas como "Gas Panic!", "The Importance Of Being An Idle", "Guess God Thinks I'm Abel" e algumas outras.

Fator saturação: Em 2009, Noel Gallagher força o fim da banda. Fez muito bem. Agora o Oasis será um souvenir em nossas prateleiras. Se houver alguma volta ou reunião, haverá comoção em massa. Noel novamente se destaca pela inteligência. E se ele fizer algum trabalho solo, será para fazer algo totalmente não burocrático, o que seria o perfeito "retorno do gênio". Quero que Liam tenha herdado 1% da inteligência que Noel herdou dos pais deles, pois um trabalho ruim, piegas ou pra "cumprir tabela"com a nova banda será repudiado. Por mim, principalmente.

"Se você não tem o que dizer, fique quieto".

Haverá mais posts sobre o tema "ter o que falar" no Estórias, aguardem.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Lionel

Antes de tudo, a PARTE V da Mini-sequência 1 sairá apenas na quarta-feira que vem. Desculpe-me por não ter-lhes avisado antes, mas a semana está osso duro de roer.

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Eu não ando falando de futebol no Estórias. Pra falar a verdade, acho que foram 2 ou 3 posts que o futebol estava sendo mencionado. É verdade que estou falando menos do que gostaria, mas quando começo a falar de futebol é duro de parar.

Hoje eu venho escrever sobre um caso muito estranho que ando observando nos últimos 15 dias. Lionel Messi fez 11 gols nos últimos 6 jogos, sendo que pelo menos 4 desses gols foram de placa. Nesses últimos jogos, a atuação do cara foi impecável, tanto pelos golaços quanto pelas assistências, jogadas de efeito, dribles desconcertantes, arrancadas. Enfim, ele está comendo a bola.

O problema não é ele comer a bola - até porque eu não tenho medo dele na Copa do Mundo, e sim do Maradona; aposto que a representatividade de Maradona fará a diferença quando a seleção argentina entrar em campo e olhar pro seu técnico. O problema é que ele já é considerado (pelo presidente do Barcelona, inclusive) o melhor jogador da história depois de Pelé e Maradona. Pera aí, né. O cara joga muito, concordo, é craque de bola. Mas ele tem um timaço nas costas dele. O atacante com quem ele joga é o melhor do mundo na minha opinião; o meio-campo do Barça é a base do meio-campo espanhol, que, pra mim, é o melhor meio-campo de todas as seleções. Não é a toa. O time é ele e mais dez, ou seja, os outros correm, suam e marcam pro Messi brilhar. Acho que Ronaldinho fez mais que ele há cinco anos atrás, quando o Gaúcho chegou a ser comparado a Pelé e Maradona também. Com justiça. A torcida do Real Madrid, maior rival do Barcelona, aplaudiu de pé o cara em pleno Santiago Bernabéu (casa do Real). Isso não é pra qualquer um. Nunca vou esquecer de uma charge do diário Lance depois de uma atuação arrebatadora de Ronaldinho. O desenho mostrava o interior de um carro em que Pelé estava no banco do motorista, Maradona no do carona e Ronaldinho no banco de trás sendo observado preocupadamente pelos dois maiores da história pelo retrovisor.

É ultrajante ver que tanto na imprensa quanto nas faculdades, bares, locais de trabalho e etc. tem de haver o melhor do mundo, um "cara", um melhor que Pelé e Maradona, um político honesto, uma opinião formada, um roubo declarado, um poeta mal visto, um músico genial. Vai se fuder, opinião pública. Fuck You, opinião pública. Fuck You.

Percepções a parte, creio que Messi nunca vai ser melhor que Maradona. Mesmo se ele for melhor que Maradona em campo, jamais será melhor que Maradona. Maradona nunca será pior que Messi, que nunca será melhor que Maradona.

Ou alguém acha em algum dia abrirão uma igreja pro Messi?

terça-feira, 23 de março de 2010

American Idiot

Tom Hanks quer fazer um filme baseado no CD "American Idiot", do Green Day. Um musical estreará na Brodway em meados de Abril com o mesmo tema.

Seria interessante? Eu acho que sim e que não.

Levar conflitos de rebeldia adolescente com desilusão amorosa, revolta por causa da guerra, jovens querendo se expressar. A fórmula parece ultrapassada, mas não saturada.

Vejam: "Don't wanna be an American Idiot/don't want a nation under the new media/can you hear the sound of hysteria?/the subliminal mind fuck America". Tem como negar que esse início de música é uma espécie de bomba na cabeça dos americanos? Até os "american idiots" cantaram essa música com toda a força, tamanha é a sua força.

"Holiday" é um atentado direto ao ex-presidente Bush. "Jesus Of Suburbia" mostra um lado dos EUA meio obscurecido pelo governo. "St. Jimmy", o jovem suicida, seria capaz de matar qualquer um. Inclusive a si mesmo e ao presidente. "Wake Me Up When September Ends" é uma súplica desesperada pelo fim da guerra. Uma acusação séria: a guerra já não tem razões empíricas - nem escrúpulos.

Tudo pode ficar piegas ou interessante. Acho que vai ser um mix. Eu tenho boas perspectivas, até porque o CD é bom e tem letras boas - não entrando no mérito se o Green Day teve autenticidade ("permissão"?) para falar o que falou.

Eu quero que isso aconteça. Se pudesse estar em New York para ver a estréia do musical, não pensaria duas vezes. Tom Hanks não é de colocar seu bedelho em qualquer lugar.

sábado, 20 de março de 2010

Música Para Ninar Dinossauros

O espetáculo começou com alguns minutos de atraso, mas nada demais. Havia um ator no palco, que estava com a cortina aberta. O cenário - que não mudou durante a peça - consistia num piano à esquerda, uma poltrona à direita, um sofá ao centro e um aparelho de som de discos de vinil entre o sofá e a poltrona.

A peça começa mostrando três quarentões bêbados, acompanhados de três prostitutas. O diálogo é preenchido por anedotas e tiradas que relacionam a idade, o álcool, a relação dos três amigos com as putas e delas com a "burrice". Depois de um diálogo completo, em que o raciocínio era exposto por completo, entravam três rapazes bêbados e cheirados com outras três putas. Os três rapazes representavam eles mais novos. Os conflitos eram o da cocaína, da frequência que eles iam ao bar, da falta de representatividade daqueles jovens na sociedade. E assim os dois grupos de seis se alternavam.

A peça em si, por volta de 40 minutos decorridos, estava ficando chata. Tudo que compreendia os dois universos - os mais velhos com as putas e os mais novos com outras putas - estava saturado. Nenhuma novidade. Mas então, com uma cena bastante forte em que um dos três rapazes tenta voar pela janela por causa da onda de chá de cogumelo - ele achou que fosse um pterodáctilo - e os amigos o seguram, segue uma cena em que o personagem que iria se suicidar sem querer, porém já quarentão, segura uma das putas para que ela não se suicide. Ali começa um conflito interessante:

AS PUTAS QUE SE SENTEM INÚTEIS E SEM FUTURO x OS QUARENTÕES BÊBADOS, SOLTEIRÕES E INÚTEIS QUE NUNCA SIGNIFICARAM NADA PARA A SOCIEDADE.

Num dos diálogos, um dos quarentões sucinta o sentimento dos outros dois (e de toda uma geração que nasceu entre 63 e 66): "Não participamos da revolta contra o golpe militar porque éramos muito moleques; não lutamos a favor da queda de Collor porque já éramos muito velhos, não tínhamos idade pra essa porra. E agora estamos aqui, sem porra nenhuma". A análise foi perfeita, principalmente se formos analisar pelo lado da auto-cobrança: "Meus tios, pais, avós e filhos fizeram coisa pra cacete pelo país. Mas eu não fiz nada."

Faz sentido.

Depois a peça segue com cenas de dramaturgia forte, o que estava faltando para o espetáculo de fato. Os diálogos são mais intensos e sem seis personagens no palco, mas com um ou dois.

A peça foi aplaudida de pé, inclusive por mim. Houve que sentisse falta de uma solução ou até de dramaturgia durante o espetáculo, mas o saldo foi positivo na minha opinião.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Curitiba, PR

Já estou aqui na - bela! - cidade de Curitiba. A expectativa está grande, confesso. Hoje, às 21 horas, irei assistir o espetáculo "Música Para Ninar Dinossauros", de Mário Bortolotto. A sinopse é interessante, bem ao estilo de Mário Bortolloto. Essa questão que ele aborda sobre o quarentão de hoje em dia é curiosa, pois eu também vejo muita coisa interessante nisso tudo. O cara que nasceu em 65, por exemplo, e hoje tem 45. Ele nasceu um ano depois do Golpe Militar, cresceu durante a ditadura, foi adolescente durante um período Cazuza (período Cazuza = jovens revoltados sem questão) e, agora, está chegando aos 50 - um passo antes da terceira idade - sem nada de interessante pra fazer ou falar. Ele viveu grandes fatos do país, mas não esteve presente, pois era criança.

Intrigante, não?

Bom, já está na minha hora. Depois (hoje ou amanhã) vou postar a resenha do espetáculo. Boas perspectivas. Já ouvimos falar (meu amigo Greg e eu) que houve duas confusões durante o Festival. As duas ocorreram no fim de semana passado, sendo que uma delas, inclusive, foi por conta de um atraso de três horas da peça citada acima.

Tenso, não?

Até!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Festival de Teatro de Curitiba

Amigos do Estórias,

Nesta quinta-feira, excepcionalmente, não irei postar conforme a programação. O motivo é que viajarei amanhã para Curitiba pela tarde e passei o dia inteiro de hoje ocupado. Muitos problemas.

Mas para confortá-los, adianto-lhes que farei a cobertura (parcial, claro) do que ocorre, ocorreu e ocorrerá no Festival de Teatro de Curitiba. Vou ver, por enquanto, duas peças, das quais farei a resenha aqui no Estórias. Espero poder entrar em contato com o blog - e com os boizinhos do meu coração, claro - ainda no fim de semana. Mas, se não der, o material vai ser postado no decorrer da semana que vem.

Ótimo fim de semana para todos.

Abraços, Rodrigo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mini-sequências

Mini-sequência I, PARTE IV

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*Flash-back: Soraia e Márcio, na estória como Sujeito 2, estão em lua de mel em Roma. Os dois estão apaixonados um pelo outro. Tudo é alegria e amor. E drogas. Márcio conheceu Soraia na faculdade, no curso de Administração, mas foi conhecê-la melhor numa dessas festas universitárias na casa de um amigo. Quando chegou à festa, Soraia reparou que a cocaína rolava solta. A moça apenas acompanhava uma amiga, não era usuária. Já Márcio fazia parte de uma juventude contagiada pelo pó, e o vício vinha desde o final do colégio. Durante toda essa noite, Márcio ficou dando em cima de Soraia, que acabou dando-lhe um beijinho de boa noite ao ir embora da festa. Apesar de achar Márcio um pouco inconseqüente, ela gostava dele, não podia negar. Duas semanas depois, os dois estavam namorando. Os dois se apaixonaram muito intensamente nos meses seguintes, e Soraia acabava acompanhando Márcio no consumo da cocaína. Ela, claro, já estava viciada em certa altura, mas negava o vício – assim como Márcio.

Voltando à lua de mel, os dois já se encontravam no quarto do hotel depois de um dia repleto de atividades turísticas. Soraia está no banheiro tomando banho. Márcio cheira uma carreira em cima de um cômodo quando ouve um grito desesperado de sua mulher. Chegando o mais depressa possível no banheiro para ver o que estava acontecendo com Soraia, Márcio percebe que o chão do box está ensangüentado. Levou-a imediatamente para o hospital mais próximo, e o maior medo de Soraia está confirmado: Ela sofrera um aborto espontâneo por causa dos excessos de drogas.

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Semana que vem tem a PARTE V. Até lá.

terça-feira, 16 de março de 2010

Banda para se ouvir: Metallica

Alguns leitores do Estórias (a maioria, eu acho) me conhecem bem pessoalmente. E, claro, sabem do meu gosto musical.

Antes do post eu preciso dizer que sempre tive vontade de criar um blog apenas sobre música. Sobre nada mais. Mas eu sabia que iria abandoná-lo, por isso não botei a idéia pra frente. Estou fazendo essa observação porque quero criar aqui, no Estórias, um espaço forte para a música. E acho que estou no caminho certo, basta observarmos os posts anteriores. E dentro desse "espaço forte", vou fazer resenhas sobre as carreiras das bandas que mais gosto - como Metallica, banda da qual será dedicada uma resenha hoje. História da banda, repercussão dos CD's, melhores músicas, vídeos de shows, momentos históricos... Enfim, pretendo fazer uma cobertura completa sobre a banda em questão para que vocês, leitores, gostem desta tanto quanto eu.

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Metallica começou, em 1981, com a base de compositores que dura (Ulrich e Hetfield) até hoje. Eram eles: James Hetfield (guitarra e voz), Lars Ulrich (bateria), Dave Mustaine (guitarra) e Ron McGovney (baixo). Depois, para a gravação do primeiro disco, entrou Cliff Burton e saiu Ron.
Kill 'Em All, de 1983, foi como uma bomba no mundo trash-metal. Quem eram aqueles meninos da Califórnia que faziam do trash-metal, um gênero completamente não pop, uma novidade agradável aos ouvidos dos americanos? Músicas como a empolgante "Hit the Lights", o clássico "Seek and Destroy" e as massivas "Wiplash" e "Metal Militia" faziam de Kill 'Em All um disco de estréia arrebatador.

Mustaine, que era muito talentoso, acabou sendo expulso da banda. Ele queria ser o líder - além de ser violento - de qualquer forma e insistiu até sair, mesmo vendo que a liderança do grupo estava claramente nas mãos de Hetfield e Ulrich, que compõem a maioria das faixas até os dias atuais. Kirk Hammet, que é um grande símbolo do Metallica desde que entrou na banda, substituiu o líder da (boa) banda Megadeath.

O segundo disco, "Ride the Lightning", de 1984, mostrou nitidamente o talento de Burton (com o solo de baixo inicial de "For Whom the Bell Tolls", por exemplo, do qual muitas pessoas pensavam ser de guitarra), o entrosamento da banda e o fim das brigas. Deste CD saíram pérolas como "Fade to Black", "Creeping Death" e a própria "For Whom The Bell Tolls". A fama veio imediatamente, mas a glória veio com "Master of Puppets", de 1986. Neste disco, o Metallica começa a mostrar uma marca da banda nos trabalhos posteriores: a perfeita mistura entre o metal e o pop. A faixa título é venerada como uma das melhores do grupo - e até do metal. "Welcome Home (Sanitarium)" pode ser considerada uma das melhores músicas do Metallica. Opinião pessoal. Quem ouvir essa música num show saberá exatamente o que estou falando. "Battery" e a instrumental "Orion" destacam o talento dos quatro integrantes da banda. "The Thing That Should Not Be", "Disposable Heroes", "Leper Messiah" e "Damege Inc." não são grandes clássicos, mas são do gosto de 9 a cada 10 fãs do Metallica. Devido a isso, pode-se dizer que o "Master of Puppets" é o melhor disco da banda. Opinião pessoal novamente.
Na turnê do disco, o Metallica sofreu um triste revés: numa viagem de ônibus, no interior da Suécia, um acidente tirou a vida de Cliff Burton. Hetfield e Burton tiraram na sorte na noite anterior para decidir quem dormiria na cama de cima. Burton ganhou e foi jogado para fora do ônibus durante o acidente, justamente por estar em cima. O ônibus caiu em cima dele.
"Master..." poderia ser considerado o auge musical da banda se não fosse "... And Justice For All". Com Jason Newsted recrutado para o baixo, a banda fez o seu álbum mais complexo musicalmente. Como eles não confiavam no talento de Newsted, as linhas de baixo são inaudíveis. Mas praticamente não se sente quando ouve-se "Blackened", "To Live Is To Die", música feita para Cliff Burton, "Havester of Sorrow" e a mágica "One", que na minha opinião é a melhor música do Metallica. E a concorrência não ameaça. O álbum é tão complexo e difícil de ser tocado que a banda raramente toca músicas do mesmo. Em algumas turnês, mais no início da década de 90, eles faziam um medley das músicas do "...And Justice For All" para satisfazer os fãs.
"Black Album" ou "Metallica", de 1991, colocou o Metallica no topo de todas as paradas. O sucesso foi imediato e o Metallica ganhou o mundo definitivamente.
Muitos críticos fazem questão de salientar que o Metallica abandonou o metal no "Black Album", e que apenas por isso que o sucesso foi tão grande. Eu concordo e discordo. Acho que não foi pelo fato da banda ter largado o metal que o sucesso veio, mas sim pela qualidade da música. Mas é bem clara a diferença do "Black..." para o "Kill 'Em All", por exemplo. Acho que o Metallica se explorou, se abriu para algo mais popular. E isso é válido. Super baladas como "Nothing Else Metters" e "The Unforgiven", as clássicas "Enter Sandman" e "Sad But True" e a ótima "Wherever I May Roam" caracterizam a nova fase da banda. Foi diferente? Sim. Mas as mudanças podem ser para melhor. E é o caso de "Black Album". Também concordo que esse disco jamais existiria se Burton estivesse vivo, mas aí é outro assunto.
Cinco anos depois, em 1996, sai o "Load", que na verdade era para ser duplo. Sua outra "metade", o "ReLoad", foi lançado no ano seguinte. Na verdade eu tenho pouco a falar dos dois álbuns em questão. Foram, junto com "St. Anger", os discos do Metallica que menos ouvi. A mudança do som da banda foi mais significativa que a dos quatro primeiros discos pro "Black Album". O metal praticamente inexistiu, e os álbuns eram, de fato, de Hard Rock e Pop Rock. Posso destacar algumas músicas que acho excelentes, mas sinto que elas não representam o ser-Metallica. "Fuel", "Memory Remains", "The Unforgiven II", "Until It Sleeps" e "Mama Said" dão a graça dos dois álbuns.
"Garage Inc." é um disco de cover que o Metallica lançou em 1998. Contém a excelente "Whiskey In The Jar" e a contagiante "Stone Cold Crazy". Mas nada alarmante.
Em 1999, junto à orquestra de São Francisco, uma das mais importantes do mundo, o Metallica lança o álbum ao vivo "S&M", um sucesso de venda e crítica. Além das clássicas "Enter Sandman", "Master of Puppets", "One" e "Battery", há duas canções até então inéditas: "Minus Human" e a ótima "No Leaf Clover".
Ainda com Bob Rock, produtor dos últimos três discos de inéditas, mas sem Newsted, que foi demitido em 2001, o Metallica lança "St. Anger" no ano de 2003. Para a turnê, o ex-baixista do Ozzy, Robert Trujillo, é chamado para integrar a banda. Ótima aquisição, tanto pela técnica quanto pela presença de palco. Voltando ao "St. Anger", posso dizer que o disco é um erro, mas não 100%. Adoro a música "The Unnamed Feeling", mas para por aí. Devido às críticas de que o Metallica não era mais metal, Hetfield e sua turma decidiram fazer um álbum "pesado". Só que eles trocaram de gênero! Ao invés do metal tradicional, o álbum é ao estilo do New Metal, gênero da ótima "Silpknot". Além do álbum ser ruim em si, não tem personalidade. As brigas eram constantes, assim como as internações de Hetfield em clínicas de reabilitação. A banda quase acabou, mas persistiu. E para o bem de nós, fãs, que, cinco anos depois, em 2008, pudemos ver a volta do Metallica ao bom e velho metal com o ótimo álbum "Death Magnetic". Duas músicas desse disco, em especial, lembram os anos de ouro do Metallica de Burton. "All Nightmare Long" e "The Day That Never Comes", minha preferida. Além destas, há a interessante "The Unforgiven III", uma espécie de continuação de "The Unforgiven I e II" e a sempre tocada em shows (e um pouco estranha, vai) "Broken, Beat & Scarred".

Ouçam Metallica, vocês não vão se arrepender. Quem tem curiosidade e quer iniciar, farei uma lista com 20 músicas.

Battery
Creeping Death
Enter Sandman
Fade To Black
One
Master of Puppets
Seek And Destroy
The Day That Never Comes
For Whom The Bell Tolls
Fuel
Wherever I May Roam
Wiplash
The Memory Remains
Sad But True
The Unforgiven I
Blackened
Metal Militia
Orion
Until It Sleeps
Welcome Home (Sanitarium)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Opinião

Não quero os royaltes de volta. Mas quero ver Cabral chorar de novo. Não sei descrever com palavras o que foi o choro dele. Sarney foi prático: "Guarde suas lágrimas". "Se não tivermos os royaltes de volta, não teremos nem Copa do Mundo nem Olimpíadas"", reclama o governo do Estado. Paes, Cabral e Lula. O novo Império do Amor.

PRÓXIMO

Depressão; cansaço emocional; fragilidade nas ações; ressaca; e um grande arrependimento: ter comprado uma capa de chuva inútil. Isso tudo eu senti hoje, pois o show do Guns foi cancelado-adiado, ontem, por causa da chuva. Caiu o palco. Pergunta: E se Axl estivesse ali em cima?

DEPRESSÃO

No embalo da música, dia 29 de maio eu estarei na área vip do show do Aerosmith. Desde já estou começando a ouvir a banda que fez muito sucesso na década de 70, quase acabou na de 80, ganhou o mundo na de 90 e se manteve no topo (por causa dos grandes shows em estádios) nos anos 2000. Imperdível.

APREENSÃO

Dodô não é Amor nem virada, logo Dodô não é Vasco. Dodô grita: "Por favor, vascaínos, me ODEIEM. Eu sou relesmundo, inferior, um inseto. Eu sou botafogo e não nego. Não nego e não nego. Então, ME ODEIEM!!!". Obrigado, Dodô.

MALHAÇÃO

Escritos sobre fisiologia: Crise existencialista resulta em: bipolaridade. Há coisas que o bipolar faz com ninguém. Mesmo. Em breve mais trechos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Imperador

Faço das palavras de Marcelo Barreto as minhas. Adriano faz o que quer no Rio de Janeiro porque é quase uma obrigação. Ele tem que fazer, ele tem que cheirar, beber, fanfarronear, brigar com a noiva no meio da favela, tirar foto com fuzil na mão, fumar maconha, crack, cigarro, andar só com vagabunda, enfim, ele TEM QUE FAZER O QUE QUISER. Não é que ele possa - ele TEM que fazer. Assim como Romário e Edmundo, por exemplo, faziam.

Agora a pergunta: Por quê?

É óbvio. Porque Romário, Edmundo e Adriano (estou usando apenas exemplos recentes) são craques (sim, acho Adriano craque, principalmente em forma); porque eles decidem na hora que o time precisa; porque são (foram) ídolos de torcida, que compra (e comprava) ingresso muitas vezes apenas para vê-los; porque eles desistem (desistiram) de ganhar o triplo do salário lá fora.

Agora a segunda pergunta (com uma quase-análise sociológica): Por que eles desistem desses salários?

Um burro lá atrás da classe responderia: "Porque eles têm dinheiro suficiente"; Ou: "porque eles sentem saudade do Brasil"; ou "porque eles não se adaptaram na europa. O futebol é muito diferente. Isso sem contar o frio". Errado, errado, errado. Eles vêm pra cá porque querem farra, fanfarra, night, churrasco todo fim de semana. Mais precisamente: sexo, drogas e rock 'n' roll. E lá fora ninguém dá essa guarita pra eles: nem impressa, nem torcedores, nem diretoria e nem os próprios jogadores. Por quê? Bom, além de pagaram o olho da cara para terem jogadores como Adriano, há outros pontos em questão. Mas isso é tema para outro post.

Portanto, vamos ser práticos: Aqui a gente paga três vezes menos e deixa os caras montarem em cima. Eles vão lá e decidem os campeonatos pra gente e sai todo mundo ganhando.

Então, céticos e bonzinhos, deixem o Imperador brigar na favela, não jogar jogo importante de Libertadores, pesar 106 kg e beber (?) a vontade. Deixem porque ele deu o hexa pro Flamengo junto com o Pet e ainda pode decidir jogos importantes (como os que virão na Libertadores). E isso não tem preço.

Post secreto n° 1

"Torre"

Vou criar em versos
uma torre de palavras
que traduzirão mágoas e felicidade
quando chegar a hora da verdade.
Não vou citar você, senhorita,
que insiste em viver outra vida,
[não sei se você existe]
e que finje resistir à tentação
de estar em minha mão.

Abri os olhos encontrando nada
só alguns livros
e uma entrada
por que poderia ser uma vida.

Vida, encontra-te, anormal
não sabe amar
ou rejeita sofrer
[reflexo ou consequência de viver]
mas tudo se acerta com o papo no bar
pra reflexão dos segundos
aqueles que fazem a diferença
pra reflexão dos mundos
aqueles que não paramos de querer.

Fechei os olhos, pois
o sono foi breve
acordei sentindo frio
e fechar a janela já não parecia absurdo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mini-sequências

Hoje é a continuação da Mini-sequência 1.

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Mini-sequência 1, PARTE III

Na cena do acidente ainda está o corpo, coberto por uma manta preta. A perícia chega depois de algum tempo, e os curiosos não param de rodear a cena, como se fosse um circo. Sujeito 1 agora dá o seu depoimento sobre o fato. Ele se embaralha com as palavras, pois está muito nervoso. Quando falava de alguns detalhes do acidente, entra uma mulher na pequena tenda que a perícia montou para o caso. Ela pergunta meio irritada e carrancuda quando poderá ir embora, pois seus filhos estavam em casa esperando-a. E ainda por cima ela teria que dar a notícia a eles. Era a mulher de Sujeito 2. Sujeito 1, atônito com a frieza da mulher, não entende por que ela não está chorando ou triste ou desesperada.

*Flash-back: A mulher de Sujeito 2, Soraia, está no trabalho quando um policial liga para ela dizendo que seu marido se envolveu num acidente grave de carro e foi fatalmente ferido. Milhares de pensamentos lhe ocorrem neste momento. Ela disse que estava prestes a buscar os filhos na escola e que diria direto para a cena do acidente. Soraia pensou imediatamente que poderia ter sido pior. “Imagina se aquele bosta estivesse com meus filhos no carro. Deus me livre!”. Arrumou suas coisas e saiu para buscar os filhos, deixá-los em casa e ir para a cena do acidente.

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Semana que vem tem a PARTE IV. Até lá!

terça-feira, 9 de março de 2010

14 de Março de 2010

No dia 14 de Março de 2010, no próximo domingo, acontecerá o show do Guns n' Roses no Rio de Janeiro. Confesso que estou meio atônito, pois até um ano atrás eu "odiava" Guns n' Roses. Mas por que odiava? Porque era imbecil. Preconceituoso. E não tinha a mente aberta. Guns é, sem dúvida, uma das melhores bandas da história do rock. Mas tudo isso é por causa de Axl Rose. E de Izzy e Slash também, claro (mais do Izzy, como falei em posts anteriores). Axl consegue representar o rock n' roll e o pop, o punk e o hard rock, a puta e o cafetão, o óbvio e o improvável.
O primeiro CD, diga-se de passagem o melhor, "Appetite For Destruction", foi uma pancada na cabeça de muita gente com o rock pesado unido ao pop e à letras porno-cômicas, estilo AC/DC. "Guns n' Roses Lies", o segundo, é burocrático, mas contém pérolas como "Patience". "Use Your Illusion I e II" são discos diferentes. Eles ficam cada vez mais pop, com as baladas "Don't Cry" e "November Rain", mas também se tornam mais profundos. "You Could Be Mine" e "Civil War" também ilustram como esses CD's foram importantes para a consolidação do Guns como banda top. "The Spaghetti Incident?" e "Chinese Democracy" são exceções. Dois CD's estranhos num todo, mas com algumas músicas que empolgam em show. E Guns sempre foi banda de show, de palco.
O show dessa semana vai ser devastador pra mim (no bom sentido), ainda que o Axl de hoje, aos 48 anos, não seja o de 20 anos atrás. Mas o gênio ainda está ali, e quem é rei nunca perde a majestade.

Algumas prováveis músicas que tocarão no show que valem a pena serem ouvidas:

Chinese Democracy
Welcome To The Jungle - surtação!
It's So Easy
Mr. Brownstone
Live And Let Die (Paul McCartney cover) - clássico do rei!
Rocket Queen
You Could Be Mine - que música!
November Rain - tradução do que é emoção!
Sweet Child O' Mine - clássico que remete a Slash!
Knockin' On Heaven's Door (Bob Dylan cover) - muito linda!
NightRain
Madagascar - muito boa música do "Chinese Democracy"!
Patience - muito linda também!
Paradise City - Paradise City é o Rio, afinal!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para as mulheres

Parabéns pelo seu dia. Vou poupar palavras.













Radiohead - All I Need
Beatles - Something
Bon Jovi - You Give Love A Bad Name
Guns N' Roses - Rocket Queen

domingo, 7 de março de 2010

Lendas reais não urbanas: Arlindo século XXI

Em cena: Arlindo século XXI
(O texto é uma grande fala; tudo entre aspas, pois)

"Eu acordo depois de dez horas dormindo, mas mesmo assim com sono. Há cinco anos atrás, quando o tempo passava mais devagar que hoje, bastavam-me seis, sete horas para acordar com plena disposição. Mas hoje em dia é essa sacanagem, pois são necessárias doze, treze horas para que eu acorde bem. Assim que levanto eu bebo café. Sem rum. Com rum às vezes, nem sempre. Ligo o rádio, mas tudo é ruim. 'Baú da música' na rádio x, canto gospel na rádio y, futebol na rádio z. Foda-se, desligo a merda rádio. Saio pra comer; não tem comida em casa; nunca tem comida em casa. Quando chego na padaria descubro que esqueci a carteira. Volto em casa, mas não pra pegar a carteira. Desisti de comer. Foda-se de novo. Durmo de novo. Acordo algumas horas depois e sento no computador. Estou com trabalho acumulado, mas foda-se (de novo), eu sou o cara, eu sou o gênio (geniozinho, ok). Não faço trabalho, fico vendo vídeo no youtube. Eu amo youtube. Depois entro no facebook e jogo alguns joguinhos de passatempo. Quero tudo, menos sair de casa. Ao meio-dia chega o inevitável: tenho de sair de casa pra trabalhar. Chego no trabalho e um babaca comenta da minha barba. Pergunta se sou lenhador, e eu respondo perguntando se ele é viado. Tenho certeza que aquele cara é viado. Sento na minha mesa e fico olhando pra gostosa da mesa da frente. Ela me olha às vezes, mas provavelmente pra reprimir minha barba. Foda-se de novo e de novo. Eu paro de olhar pra ela, mesmo sabendo que quero comê-la. Paro de olhar porque eu sou o prêmio. Pergunto pra mim mesmo que horas devem ser. Eu não ando de relógio. Odeio relógio porque quando tinha um eu simplesmente não parava de olhar pra ele. E para as horas, consquentemente. Saio do trabalho depois de algum tempo de tédio e volto pra casa. De noite o pessoal do colégio me liga pra sair. Eu não quero sair. Mas eles insistem. Eu gosto deles, mas eles não pensam em outra coisa: sair, sair, sair. Foda-se eles. Mas foda-se eu também, vou sair dessa casa cheia de poeira. Vou conhecer gente, me entrosar, conversar... Que coisa escrota que eu tô falando agora. Sei que não farei nada disso. Sei que vou embora depois de uma hora e meia no máximo. Mas assim mesmo eu vou. Com o pessoal reunido, as risadas são inevitáveis. Mas as minhas risadas têm um toque de veneno, de pena mesmo. Eles não sabem de nada da vida, mas o pior de tudo é que acham que sabem. As mesmas estorinhas, as mesmas mentiras imbecis que todo mundo sabe que é mentira. É, tem gente que não se corrige. Depois de meia hora dentro da boite, decido me aproximar de uma mulher. Vontade repentina. Chego em uma e mando a clássica: 'pode me chamar de Lindo, pois o ar você já me tirou todo'. Admito que sou bom com mulheres. Elas devem me achar engraçado. Não me conhecem nem um pouco, claro. Acabei pegando aquela menininha. Começamos a conversar, e então a vontade de matá-la começou a aflorar. Ela não falava nem uma palavra que não me irritasse. Falei que iria ao banheiro rapidamente. Fui ao caixa, paguei a conta e peguei um táxi até em casa. Chegando em casa, abri uma cerveja e vim escrever. E aqui estou me despedindo, pois estou com sono. Dormi muito mal noite passada."

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sábado, 6 de março de 2010

Estado de espírito

Escrever num blog tem um lado bom. Semana passada, quando o Estórias começou, fiquei meio feliz meio triste. No Amor F.C., meu outro blog junto com outros companheiros, tínhamos construído coisas interessantes. Cada um tinha seu personagem, criado pelos outros membros do blog, e a união de tudo que estava acontecendo no blog, em certa altura, fez com que eu almejasse coisas muito grandes para o Amor. Nessa época não paravam de entrar seguidores no blog. Fizemos até uma promoção do "melhor poema orkut". Mas isso tudo passou.
Confesso que meu estado de espírito no Amor, nas últimas semanas, estava pesado. Meus textos eram travados, meus comentários eram travados. Não tinha coragem de escrever nada, quanto mais vontade. Então a idéia do Estórias me ocorreu como uma luz no fim do túnel, porque se tem uma coisa que eu gosto muito é escrever num blog coisas interessantes. Mas no Amor estava praticamente impraticável. Ou qualquer coisa que eu escrevesse não seria relevante, seria apenas uma penca de palavras dispersas. Mas isso também passou.

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Uma turminha de Cinema de uma faculdade (que não citarei nomes) vem me falar que o novo Sherlock Holmes está horrível.

PAUSA

Sabe qual é a graça em fazer faculdade de Cinema aqui no Brasil (no Rio principalmente)? Criticar Hollywood. Falar que tudo em Hollywood é fake, é indústria, é não-cinema. Que o Cinema não existe em Hollywood. Sendo que um detalhe: 98% desses críticos abalizados nunca viram Bergman ou Fellini.

VOLTANDO

Eu argumentei que o filme era Hollywoodano, sim, mas que a essência do personagem que Arthur Doyle criou estava bem presente. Meu companheiro do Amor Moreira falou algo interessante sobre Downey Jr.: "Ele tem um afastamento meio crítico, meio irônico dos personagens que ele faz. Muito parecido com o que costumam fazer os atores franceses". Achei ótima a colocação dele, até porque eu já havia observado isso, principalmente em "Chaplin", mas não havia detectado da forma que meu companheiro o fez na mesa do boteco. Nem usado essas observações em palavras - ou comparações. É óbvio que Holmes ficou diferente. Mas a proposta era outra. Guy Ritchie fez dele um anti-herói-super-atraente (não só às mulheres, mas aos homens que gostariam de ser como ele). Bem ao estilo clássico de Hollywood. Ritchie também preservou a essência cômico-sagaz do personagem, como falei acima, e isso foi o importante no filme. Sem contar que Jude Law e Downey Jr. estavam em constante sintonia no filme.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dunga vai ser Hexa

"Dunga é burro"; "Dunga é teimoso"; sim, e daí?

Pensem pelo lado prático: todo técnico de seleção brasileira tem que ser burro ou teimoso. Se não ele NÃO GANHA A COPA. Parreira foi burro em 1994. Montou um esquema tático que dependia de um jogador. Mas justamente esse jogador decidiu jogar tudo e mais um pouco. Conclusão: Brasil tetracampeão. Quando ele não foi burro nem teimoso, em 2006, e colocou "o que tinha de melhor", tomou pancada.
Felipão foi teimoso. Não chamou Romário pra Copa - e olha que o país inteiro queria o cara na porra da Copa. E o que aconteceu? Pentacampeão.
Dunga vai ser teimoso e burro. Teimoso porque não vai chamar Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Burro porque o esquema tático é retranqueiro. O que vai acontecer? Acredito e MUITO no hexacampeonato. Podem me cobrar, hoje é dia 4 de Março de 2010 e faltam três meses para a Copa.

Só mais um detalhe sobre Seleção e Dunga. Ouvi muito essa semana, depois da não convocação de Ronaldinho Gaúcho, que o Dunga era injusto, já que o Gaúcho tá comendo a bola na Itália. Beleza, até posso concordar, mas a verdade é que ele foi malandro. Amigos do Estórias, coloquem uma coisa em suas cabeças: jogador consagrado, campeão do Mundo, escolhido melhor do Mundo pelo FIFA, jogador de time grande, NÃO ACEITA FICAR NO BANCO DE RESERVAS. E esse é o caso do Gaúcho e do Ronaldo. Eles JAMAIS aceitariam ficar no banco, e se ficassem iriam arrumar intriga no grupo. E o Dunga, malandramente, não chama os caras, pois grupo que tem intriga NUNCA ganha nada, mesmo se só tiver craque (1982 e 2006). Seleção brasileira não tem que ter só os craques. Nós temos jogadores pra montar cinco ou seis times de alto nível. Na Seleção brasileira tem de estar quem quer muito estar lá. A conclusão é que só valeria a pena chamar algum deles pra falar: "Aqui, você é meu craque. Entra e arrebenta". Mas pra ser reserva (e o Dunga não tira ninguém desse time que começou contra a Irlanda pra botar o Gaúcho) não vale a pena. E olha que eu sou fã de carteirinha do dois Ronaldos.

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Estou muito curioso para ver "Percy Jackson e o Ladrão de Raios", filme baseado no livro homônimo de Rick Riordan. O livro é muito interessante, porém não era conhecido aqui no Brasil. Só fui descobri-lo graças a meu grande amigo Luiz Arhur (Serjão). E confesso que achei muito legal a estória, que conta a saga de Percy Jackson, um garoto que descobre ser filho de Poseidon e que a mitologia grega está mais próxima dele do que ele imagina. A escrita é meio falha, provavelmente culpa da tradução, mas o filme parece ser muito interessante. No elenco tem atores consagrados como Pierce Brosnan (007 contra Goldeneye) e Uma Thurman (Kill Bill). Vale a pena conferir o filme. E depois leiam os livros, claro!

E domingo, dia 7, tem Oscar. Sexta que vem (ou domingo mesmo, quem sabe), venho fazer uma resenha da premiação.

Trailer de "Percy Jackson e o Ladrão de Raios"

quarta-feira, 3 de março de 2010

Mini-sequências

Hoje tem a continuação da estória que começou na semana passada.

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Mini-sequência 1, PARTE II:

Sujeito 1 tenta achar o chão, mas ele sumiu sob seus pés. Ele não entende a situação. Ele não quer entender pelo visto. Ele vê algo diferente naquele corpo estirado no chão, ensangüentado. Ele tem certeza que aquilo é um pagamento de contas. “Não é possível” era só o que Sujeito 1 ousava falar. Agora, mais do que nunca, Sujeito 1 gostaria que seu pai estivesse ali.

*Flash-back: Sujeito 1 tinha seus 16 anos. Caminhava pela rua com seu pai. Era aniversário de Sujeito 1, e seu pai comprara-lhe um belo relógio. Andando despreocupadamente, os dois conversavam sobre futebol quando foram abordados por um assaltante armado e nitidamente alterado. Devia estar drogado. O bandido pediu o relógio de Sujeito 1, mas este se recusou a entregar. Com muita pressa, o assaltante partiu pra cima do garoto para arrancar o relógio do pulso do rapaz, e foi quando o pai de Sujeito 1 interveio entre os dois para que o bandido não machucasse seu filho. O assaltante não pensou duas vezes e atirou. Assim que viu o pai do garoto caindo no chão, agonizando, e percebeu que tinha feito merda, tratou de correr o mais rápido que pôde.

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Semana que vem sairá a Mini-sequência 1, PARTE III.

Até lá!

terça-feira, 2 de março de 2010

Guns é Axl

A relação Guns n' Roses-Verdade já começou a me afetar. Faltam dois domingos pro "dia D". Axl Rose vai subir ao palco da Apoteose mais esquisito do que nunca. Meio rapper, meio cafetão, meio puta. Ele vai se prostituir ali em cima para ser o Guns completo, pois o Izzy também era Guns - e vai dar certo. Aliás, só os dois são Guns. Slash é a caricatura. Eu sou um dos poucos que gostariam de ver o Slash no palco, mas não no Guns. Ele se acha maior que o Axl, mas não é - nem NUNCA será. Axl é o gênio, Izzy era o colaborador principal do Axl, uma espécie de sub-gênio. E tava tudo certo. Nos shows o Slash tocava o dele e aparecia como um protagonista junto de Axl. Mas ele quis ser mais do que isso. Ruim pra ele.

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Detalhe interessante: Estou ouvindo de muita gente que a banda que vai entrar no palco da Apoteose dia 14 de Março será qualquer uma, menos Guns n' Roses. Eu adoraria que um imbecil desses falasse isso perto de mim. Quando começar o riff inicial de 'Welcome To The Jungle' e o Axl gritar "YOU KNOW WHERE THE FUCK YOU ARE? YOU'RE IN THE JUNGLE BABY, YOU'RE GONNA DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIE" como ninguém, não existirá hipótese daquilo não ser Guns n' Roses. Outro momento mais Guns do que nunca: quando o piano gigante de Axl entrar e este começar um solo que só os raros fazem e emendar a lindíssima 'November Rain'.

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Dia 25 de março está marcado o primeiro suspiro não-Oasis de algum dos Gallagher. Noel fará dois shows (25 e 26) para uma instituição que combate o câncer em adolescentes. Eu estou muito ansioso, pois acho que a carreira solo de Noel será espetacular, a la Eric Clapton fora do Cream. E com um pouco de medo também, pois isso diminuiria MUITO as chances de uma reunião do Oasis.
Será que Noel tocará aquelas músicas que ele "mostrou" nas passagens de som da América Latina? Quanto de Oasis ele tocará? São muitas as perguntas.

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Só pra divertir vocês, posto aqui dois vídeos ESPETACULARES de 'Live Forever' (Oasis) e 'Yellow' (Coldplay) com Noel Gallagher e Chris Martin, dois caras que significam muito pra mim atualmente - Noel há mais tempo e Chris recentemente, com vocês sabem.